Alemanha promete continuar a ajudar Ucrânia apesar de cortes orçamentais
O Governo alemão prometeu hoje empenho total no apoio militar à Ucrânia, apesar da intenção de reduzir as despesas orçamentais com Kyiv em 2025, que deverão ser compensadas pelo rendimento esperado dos ativos russos congelados.
© Abdulhamid Hosbas/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"A Alemanha continua totalmente empenhada" no apoio à Ucrânia, afirmou o porta-voz do Governo, Wolfgang Buchner, numa conferência de imprensa, citado pela agência francesa AFP.
O porta-voz reagia a notícias surgidas no fim de semana de que a Alemanha se preparava para cortar na ajuda à Ucrânia, que considerou tratar-se de acusações infames.
"Os artigos que sugerem que estamos a cortar na ajuda são simplesmente imprecisos", afirmou.
Segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2025, o Governo de coligação liderado pelo social-democrata Olaf Scholz tenciona reduzir para metade a ajuda militar à Ucrânia.
A imprensa alemã noticiou que o Governo inscreveu 4.000 milhões de euros para a ajuda militar à Ucrânia em 2025, metade do orçamentado para este ano.
A Alemanha é o segundo contribuinte na ajuda à Ucrânia depois dos Estados Unidos.
A redução na ajuda bilateral resulta de tentativas de poupanças orçamentais num contexto de disputa entre os partidos da coligação.
Para compensar, Berlim conta conceder à Ucrânia um empréstimo de 50.000 milhões de dólares (mais de 45.000 milhões de euros, ao câmbio atual), garantido pelos juros futuros produzidos pelos ativos russos imobilizados.
Os ativos russos congelados em todo o mundo devido à invasão da Ucrânia estão avaliados em 300.000 milhões de dólares (mais de 271.000 milhões de euros).
O novo instrumento financeiro foi objeto de um acordo entre os países do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) durante a cimeira de junho, em Itália.
"Assumimos firmemente que o que foi acordado (...) se tornará realidade", declarou Buchner.
O porta-voz disse que o mecanismo baseado em ativos russos deverá ser criado "até ao final de 2024".
As discussões para concretizar o empréstimo à Ucrânia "estão no bom caminho", disse hoje um porta-voz do Ministério das Finanças alemão.
A redução para metade da ajuda militar bilateral suscitou críticas na Alemanha e acrescenta incerteza, enquanto as eleições presidenciais norte-americanas poderão alterar o apoio internacional a Kiev, no caso da eleição do republicano Donald Trump.
"A Alemanha continua a ser, de longe, o maior apoiante da Ucrânia na Europa", afirmou o porta-voz do Governo.
Confrontado com as críticas, o Ministério das Finanças alemão disse no sábado estar pronto para "examinar a disponibilização de recursos adicionais a curto prazo", através de pacotes especiais.
"Continuaremos a garantir que a Ucrânia obtém os meios necessários para continuar a sua luta", afirmou hoje um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, continuaram o avanço na frente oriental nos últimos dias, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão bloqueadas desde a primavera de 2022, continuando Moscovo a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de parte do seu território.
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