Num comunicado emitido por ocasião do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, a agência especializada da ONU alertou para o facto de 42% destes ataques terem afetado os cuidados de saúde primários, dificultando o acesso da população ucraniana aos serviços de saúde essenciais.
Destes ataques, 86% tiveram como alvo instalações de saúde, como hospitais e centros médicos, ao passo que os restantes visaram ambulâncias, com uma média de 200 veículos deste tipo anualmente destruídos na guerra russa na Ucrânia.
Os dados da OMS revelam que estes ataques se intensificaram consideravelmente a partir de dezembro de 2023, ocorrendo com uma frequência quase diária.
Até agora, este ano, já morreram 34 pessoas em ataques a unidades de saúde - um claro aumento em relação às 24 mortes, entre profissionais de saúde e doentes, registadas nos 12 meses de 2023.
A OMS alertou para o uso crescente da chamada técnica de "duplo ataque", em que um bombardeamento inicial é seguido de um segundo bombardeamento, destinado a matar as equipas de socorro que acorrem em auxílio das vítimas do primeiro.
"As equipas de socorro e de transporte de saúde têm três vezes mais probabilidades de sofrer danos em consequência de ataques quando comparadas com outro pessoal", afirmou o responsável da OMS na Ucrânia, Jarno Habicht.
O responsável aproveitou também a data para pedir à comunidade internacional que mantenha o financiamento para cobrir as necessidades humanitárias dos civis no país.
"Em 2024, vamos concentrar os nossos principais esforços nas necessidades humanitárias de 3,4 milhões de pessoas em todo o país", sublinhou Habicht.
Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro de 2022, a OMS distribuiu cerca de 3.750 toneladas de material médico, incluindo ambulâncias, geradores e medicamentos, que cobriram as necessidades de cuidados de saúde de 15 milhões de pessoas em toda a Ucrânia.
Leia Também: Primeiro-ministro indiano visita Kyiv pela primeira vez na sexta-feira