"Vamos fazer, aqui, na Venezuela, epicentro mundial da luta contra o fascismo, o grande congresso (...) para nutrirmo-nos das ideias, das propostas e aperfeiçoarmos as estratégias da Venezuela, que defende o seu direito a viver, o direito à paz e ao futuro", afirmou Maduro, durante uma reunião com dirigentes do Partido Socialista Unido.
Sem mencionar nomes, o Presidente da Venezuela disse que serão convidadas personalidades "de todos os continentes", incluindo intelectuais, artistas e líderes políticos.
Quanto à data do congresso, Maduro sugeriu que fosse marcada antes do Congresso Nacional previsto para 18 de outubro, no qual espera receber propostas de todos os movimentos sociais para construir uma "agenda concreta de ação" que permita alcançar "transformações até 2031", quando termina o mandato do Governo que se inicia em janeiro.
O anúncio de um congresso mundial contra o fascismo ocorre dois dias depois de o Presidente venezuelano ter pedido ao parlamento para que aprovasse "muito rapidamente" uma lei contra o fascismo, cujo conteúdo "minava o espaço cívico e democrático", nas palavras do alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk.
Maduro considera que a principal coligação opositora, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), é liderada por fascistas, uma acusação reiterada após as eleições presidenciais de 28 de julho, em que foi proclamado vencedor, resultado contestado dentro e fora da Venezuela.
A PUD assegura que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, ganhou as eleições com ampla margem, o que é visto pelo Governo venezuelano como um plano "golpista e fascista".
Em abril de 2022, a capital venezuelana, Caracas, acolheu durante três dias uma cimeira internacional contra o fascismo, na qual participaram, segundo as autoridades, "cerca de 200 convidados de 52 países".
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