A nuvem de fumo causado pelas dezenas de incêndios que assolam a Amazónia brasileira percorreu centenas de quilómetros e cobriu o céu dos estados brasileiros do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, muitas zonas que estão também a ser afetadas por uma intensa onda de calor que cobre parte do Brasil.
Na Amazónia brasileira já foram registados em agosto mais de 18 mil focos de incêndio, o dobro do mesmo período do ano passado quando o número de incêndios foi de pouco mais de nove mil.
Tal como no ano passado, a região amazónica atravessa uma grave seca e o rio Negro, o maior afluente do Amazonas, caiu para um nível "crítico", alertaram as autoridades locais na segunda-feira.
Em julho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) já declarava situação de carência crítica nos rios Madeira e Purus, depois de ter caído menos chuva do que a média no último período chuvoso.
O Ministério do Ambiente brasileiro garantiu na terça-feira, num comunicado, que mais da metade dos incêndios registados na Amazónia desde o final de julho foram extintos ou estão a ser controlados.
O Governo brasileiro citou ainda um estudo internacional sobre os incêndios na temporada de 2023 e 2024, divulgado esta semana, que indica que a emergência climática elevou em até 20 vezes a probabilidade das condições que intensificaram os incêndios na Amazónia no período.
Ao mesmo tempo, o Governo brasileiro observou que a maioria dos incêndios foi causada pelo desflorestamento ou pelo trabalho de limpeza de terras realizado pelos agricultores em preparação para o plantio.
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