"Acreditamos que é muito grave que uma central desta tipologia esteja tão próxima de uma frente de guerra", disse Grossi à imprensa internacional, no final da sua visita à central atómica russa de Kursk.
Grossi afirmou que o reator está muito exposto a um possível ataque, tendo em conta a sua situação em plena frente de combate, após a incursão ucraniana nesta região fronteiriça, em curso há três semanas.
O diretor da agência das Nações Unidas chamou a atenção da comunidade internacional depois de inspecionar o reator e a sala de controlo da central, localizada a cerca de 70 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
"Em caso algum uma central nuclear deve ser atacada", sublinhou Grossi, apelando a todas as partes para que tomem as medidas preventivas necessárias e dizendo que é um exagero comparar as centrais de Kursk e Chernobyl, palco da maior catástrofe nuclear da história, em 1986, embora admitindo que os seus reatores são da mesma classe.
Grossi salientou que a central não possui "as estruturas de defesa e contenção de outras centrais mais modernas" e que "o núcleo do reator está protegido por uma cobertura normal", o que a torna frágil e exposta a um possível ataque.
O diretor da AIEA recusou-se a apontar culpados pela situação atual, mas sublinhou que os combates estão "a poucos quilómetros de distância" e que as consequências de um ataque contra a central seriam "extremamente graves".
A agência informou na passada quinta-feira que foram encontrados fragmentos de um 'drone' a cerca de cem metros do armazém de combustível nuclear usado pela central, sem especificar a origem da aeronave.
Na passada semana, o Presidente russo, Vladimir Putin, acusou Kyiv de tentar atacar a central, o que foi categoricamente negado por Kyiv.
Após a visita à fábrica, Grossi informou que seguirá para Kyiv, onde espera ser recebido pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
[Notícia atualizada às 16h19]
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