Mais membros da tripulação do iate naufragado na Sicília sob investigação

Mais dois membros da tripulação do iate de luxo "Bayesian", além do capitão da embarcação, foram hoje oficialmente colocados sob investigação pelas autoridades italianas que investigam o naufrágio ocorrido a 19 de agosto ao largo da Sicília.

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© ALESSANDRO FUCARINI/AFP via Getty Images

Lusa
28/08/2024 12:25 ‧ 28/08/2024 por Lusa

Mundo

Itália

Depois de terem colocado sob investigação o capitão do iate, o neozelandês James Cutfield, por suspeita de negligência e homicídio involuntário múltiplo, os procuradores da localidade siciliana de Termini Imerese decidiram hoje também colocar sob investigação o engenheiro naval Tim Parker Eaton e o marinheiro Matthew Griffiths, enfrentando ambos igualmente as mesmas acusações, na sequência do naufrágio que provocou sete vítimas mortais, entre as quais o proprietário da embarcação, o magnata britânico Mike Lynch.

 

De acordo com a imprensa italiana, Tim Parker Eaton está a ser investigado sob a acusação de suspeita de homicídio por negligência múltipla e de ter provocado um naufrágio ao não ter ativado os sistemas de segurança para fechar as escotilhas e as portas da embarcação, o que pode ter provocado a inundação da casa das máquinas, provocando um apagão e contribuindo para o naufrágio.

Já o marinheiro Matthew Griffiths, 22 anos, que estava de vigia na noite em que o iate de luxo se afundou ao largo da costa de Porticello, durante uma tempestade na madrugada de 19 de agosto, é suspeito de não ter avisado sobre a chegada do violento fenómeno meteorológico que levou ao naufrágio do super-iate, segundo fontes da investigação.

Três dos 10 membros da tripulação do "Bayesian" estão neste momento sob investigação formal, não estando afastada a hipótese de outros serem acusados, designadamente o vice-capitão Tijs Koopman, igualmente convidado a permanecer em território italiano durante esta fase da investigação.

Na terça-feira, James Cutfield escusou-se a responder às questões dos procuradores, segundo os seus advogados, a quem foi atribuída a defesa na véspera, por estar "exausto".

Na mesma ocasião, os advogados também alegaram que ainda não tinham tido tempo de analisar todo o dossiê e as acusações concretas de que o capitão neozelandês é alvo.

Além de Mike Lynch, 59 anos, e da sua filha Hannah, de 18 anos, morreram no naufrágio do "Bayesian" o presidente da Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, a sua mulher, Anne Elizabeth Judith Bloomer, um advogado de Lynch, Chris Morvillo, e a sua mulher, Nada Morvillo, e um membro da tripulação, Ricardo Thomas, que trabalhava como cozinheiro a bordo.

Mike Lynch, apelidado de "Bill Gates britânico", festejava neste cruzeiro com amigos, sócios e advogados a sua absolvição, em junho passado, num processo de fraude nos Estados Unidos, quando um minitornado atingiu o "Bayesian", ancorado ao largo de Porticello, no norte da Sicília, durante uma forte tempestade.

Considerado "inafundável", o iate de luxo foi a única embarcação a naufragar na zona durante a forte tempestade, contribuindo para as suspeitas das autoridades italianas de que houve negligência.

Leia Também: Capitão do iate de luxo que naufragou na Sicília sob investigação

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