De acordo com as autoridades locais, controladas pelo Hamas, tanques israelitas atacaram uma concentração de cidadãos em frente à escola, situada a 300 metros do hospital dos Mártires de al Aqsa.
A escola recebeu também ordem de evacuação, mas os deslocados não a abandonaram por não terem um local seguro para onde ir.
Deir al Balah tinha sido até há pouco tempo poupada aos combates, embora não aos ataques aéreos israelitas, e era um importante ponto de refúgio para os palestinianos e um centro de operações para organizações humanitárias.
Só nos últimos dias, mais de 100 mil habitantes desta cidade foram deslocados devido às constantes incursões das tropas israelitas, que alegam que paramilitares do Hamas e de outros grupos grupos armados palestinianos se escondem entre os civis.
Os novos ataques agravam ainda mais a situação neste centro hospitalar, para onde doentes, deslocados e médicos começaram a regressar nos últimos dias, segundo um comunicado dos Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Dada a falta de alternativas médicas para a população, a MSF, em coordenação com o Ministério da Saúde de Gaza, anunciou hoje a abertura de um hospital de campanha nesta mesma localidade, que já está a tratar doentes.
"Os hospitais de campanha não são uma solução, mas um último recurso em resposta ao desmantelamento do sistema de saúde por parte de Israel", denunciou a MSF, num comunicado, acrescentando que sem um "cessar-fogo duradouro e imediato" não haverá uma "verdadeira resposta médica" aos cidadãos de Israel.
Hoje também, o Exército israelita anunciou ter destruído um túnel de três quilómetros na Faixa de Gaza, um dos mais longos até à data, que atravessava o corredor central do enclave palestiniano e era alegadamente utilizado por militantes, segundo um comunicado militar.
Os militares localizaram-no junto ao corredor Netzarim, que se tornou um dos pontos mais controversos nas negociações para um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, uma vez que o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu defende a manutenção da presença militar na região através de um mecanismo de controlo sobre os habitantes de Gaza, sob a premissa de impedir o acesso a milicianos e armas.
O Exército israelita explicou que o viaduto destruído não cruza a fronteira com Israel, apesar dos seus três quilómetros de comprimento, numa faixa que mede entre seis e 12 quilómetros de largura.
Este é um dos túneis mais longos que as forças armadas neutralizaram nos últimos meses, sendo o maior de todos o túnel de cinco quilómetros que foi descoberto no norte de Gaza e que foi detonado em 05 de março.
O Exército israelita tem perseguido a rede de túneis em Gaza, utilizada pelos militantes do movimento islamita Hamas para armazenar armas, transportar ou esconder os reféns raptados no seu ataque de 07 de outubro do ano passado.
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