"A Venezuela votou a mudança e [o candidato do maior bloco de oposição, a Plataforma Unitária Democrática, PUD] Edmundo González Urrutia é o nosso presidente eleito", vincou a ex-deputada, insistindo na fraude eleitoral de Maduro perante centenas de apoiantes que se reuniram em Caracas.
Sob o lema "ata mata sentença", os opositores reuniram-se hoje para defender os registos eleitorais publicados pela PUD - segundo os quais González Urrutia conquistou a presidência por larga margem - antes da decisão do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), controlado por magistrados simpatizantes do chavismo, que validaram a vitória de Maduro.
"Acreditavam que com aquela decisão, que nem sequer se pode chamar sentença, iam enganar alguns países ou dar-lhes desculpas para que com aquela divagação alguém reconhecesse a fraude do CNE [Conselho Nacional Eleitoral]. Ninguém caiu na armadilha", sublinhou.
"Utilizaram o TSJ como um braço de repressão e perseguição política", acusou ainda.
Um mês depois da denúncia de fraude eleitoral e enquanto Maduro conta com o apoio de todas as instituições, apesar das dúvidas levantadas pela comunidade internacional, Machado reiterou que a PUD tem "uma estratégia robusta" que "está a funcionar", sem adiantar pormenores sobre a mesma.
"Vamos fazê-lo ceder [ao Governo, que defende a vitória de Maduro] e ceder significa respeitar a vontade manifestada pelo povo no dia 28 de julho", sustentou.
Os venezuelanos responderam ao apelo da PUD e saíram hoje à rua em Caracas, erguendo faixas com mensagens a apelar a uma "transição pacífica", como exigem Machado e Urrutia.
O chavismo apelou aos seus apoiantes para celebrarem também hoje o "primeiro mês da grande vitória popular de 28 de julho" de Maduro.
Diversos países e organizações internacionais recusaram-se a reconhecer a vitória de Maduro e solicitaram à CNE que publicasse os resultados desagregados, tal como estabelecidos pelo calendário eleitoral, enquanto alguns governos já reconhecem González Urrutia como o vencedor das eleições.
Entretanto, o regime chavista assegura que mais de 60 nações "deram as boas-vindas à vitória" de Maduro, entre as quais se destacam a China, o Irão e a Rússia, bem como Cuba e a Nicarágua.
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