De acordo com fonte da Comissão Europeia, o primeiro tópico da reunião vai ser o conflito na Ucrânia, que começou há mais de dois anos e meio. Como tem sido habitual em reuniões formais, o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, vai participar na reunião com os 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.
No encontro deverá ser feita uma atualização sobre a incursão ucraniana na região russa de Kursk, segundo a mesma fonte. Dmytro Kuleba também deverá fazer um apelo para que sejam levantadas as restrições à utilização de armamento fornecido pelos países ocidentais.
Seguir-se-á uma discussão sobre o Médio Oriente, nomeadamente o conflito entre Israel e o movimento islamita radical Hamas, as acusações a Telavive por violações humanitárias na Faixa de Gaza, o envolvimento do Irão e do movimento radical Hezbollah.
O último ponto da reunião vai ser a crise pós-eleitoral na Venezuela, desencadeada pelos resultados nas presidenciais de 28 de julho, que a oposição considera fraudulentas e que consagraram um terceiro mandato de Nicolás Maduro.
A oposição e vários observadores internacionais acusam o Governo de falta de transparência ao recusar revelar as atas com os resultados e apressar o processo de reeleição de Maduro.
A reunião, convocada pelo alto representante cessante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, realiza-se nas mesmas datas do Gymnich em Budapeste, no âmbito da presidência húngara do Conselho da União Europeia.
O Gymnich é uma reunião ministerial que se realiza de seis em seis meses, uma vez em cada presidência rotativa do Conselho da UE. O encontro recebeu esta designação por causa de um castelo na Alemanha com este nome e onde se realizou a primeira reunião, há 50 anos.
As relações entre Bruxelas e Budapeste degradaram-se após as visitas do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, a Moscovo, para um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, e a Pequim, onde se reuniu com Xi Jinping, na primeira semana da presidência rotativa.
Viktor Orbán e o Governo não demonstraram qualquer preocupação pelas críticas apontadas pelos restantes países do bloco comunitário, o que levou a um boicote das reunião da presidência húngara.
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