Num comunicado, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que a mais recente detenção ocorreu na quinta-feira, em flagrante na cidade de Pindorama, no sudeste do Brasil.
Os agentes encontraram o homem "numa grande área de plantação em chamas", graças ao alerta dado pelos seguranças de uma empresa, referiu a nota.
De acordo com testemunhas citadas pelas autoridades brasileiras, o suspeito "utilizou um isqueiro para incendiar vários pontos" da plantação.
O detido declarou na esquadra que estava sob o efeito de estupefacientes, numa das várias versões que deu aos agentes, tendo sido posteriormente conduzido à prisão.
Desde a semana passada, foram detidas outras nove pessoas acusadas de terem provocado incêndios florestais em São Paulo, o estado mais populoso e industrializado do Brasil.
A polícia frisou que está a investigar os nove casos e que, até ao momento, não encontrou indícios de qualquer ligação entre os incidentes.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o estado de São Paulo registou 2.316 focos de incêndio entre quinta e sexta-feira da semana passada, quase sete vezes mais do que os registados em todo o mês de agosto de 2023.
As altas temperaturas, a baixa humidade e as fortes rajadas de vento fizeram com que as chamas se multiplicassem no interior do estado de São Paulo, provocando dois mortos no município de Urupês e cerca de 800 desalojados em toda a região.
Um dos locais mais afetados foi Ribeirão Preto, a oitava cidade mais populosa do estado de São Paulo, com 700 mil habitantes, onde alguns moradores abandonaram as casas devido à proximidade do incêndio e voos foram cancelados devido à fraca visibilidade.
Além de centenas de incêndios nos estados de São Paulo e Minas Gerais, ambos no Sudeste, a região mais populosa do país, também foi registado um elevado número de incêndios no Pantanal e na Amazónia este mês.
O Governo brasileiro afirmou ter uma "forte suspeita" de que a vaga de incêndios seja o resultado de uma ação criminosa orquestrada.
A Polícia Federal indicou na quinta-feira que, entre 2023 e 2024, abriu 32 investigações para esclarecer a origem dos incêndios florestais nessas regiões e que criou grupos especiais dentro da instituição que se dedicam exclusivamente a essa tarefa.
Os incêndios no Pantanal queimaram este ano mais de 15% da maior zona húmida do mundo, de acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, divulgados na quinta-feira pela Agência Brasil.
No total, desde do início do ano, 2,3 milhões de hectares foram atingidos pelos incêndios, incluindo 371 mil hectares em terras indígenas.
As últimas informações do Governo brasileiro apontam que 959 profissionais atuam no combate aos incêndios, apoiados por 18 aviões.
Na terça-feira, o Supremo Tribunal Federal do Brasil deu ao Governo de Luiz Inácio Lula da Silva 15 dias para reforçar o combate aos incêndios no Pantanal e na Amazónia.
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