Ativista iraniano condenado a 12 anos por propaganda e outros crimes
O ativista iraniano Hossein Shanbehzadeh foi condenado a 12 anos de prisão por propaganda e outros crimes, após ter alterado uma mensagem do líder supremo do Irão, Ali Khamenei, numa rede social.
© Reuters
Mundo Irão
O advogado de Hossein Shanbehzadeh escreveu na rede social X que o ativista foi condenado pelo Tribunal Revolucionário de Teerão a "cinco anos de prisão por propaganda a favor do regime sionista, quatro anos por insultar o sagrado, um ano por propaganda contra o sistema, e dois anos e multas de 50 milhões de 'toman' por publicar mentiras".
Segundo o causídico Amir Raesian, o ativista deverá cumprir uma pena de cinco anos, a maior a que foi condenado, esclarecendo que um eventual recurso depende de uma conversa com o cliente.
Shanbehzadeh foi detido e acusado de espiar para Israel em junho, depois de ter respondido com um ponto final a uma mensagem na rede social X em que o líder supremo do Irão posava com a seleção nacional de voleibol e na qual faltava o sinal de pontuação.
Esta mensagem tornou-se viral e recebeu mais gostos, comentários e republicações do que a original, tendo a conta de Shanbehzadeh sido suspensa, noticiou a agência Efe.
Shanbehzadeh é um conhecido editor e ativista que durante anos criticou a situação no Irão, muitas vezes com mensagens em tom jocoso, nas redes sociais, o que o levou a acumular quase 100 mil seguidores no X e a confrontos com a justiça iraniana.
Em 2019, o ativista foi condenado a seis anos de prisão por criticar o líder da República Islâmica, pena que não cumpriu.
O Irão aumentou a repressão aos artistas, mulheres sem véu e aos críticos contra as políticas da República Islâmica num contexto de descontentamento da população devido à difícil situação económica e às tensões sociais no país.
Em maio, o cineasta Mohamad Rasoulof fugiu do país após ter sido condenado a oito anos de prisão, chicotadas e apreensão dos seus bens devido aos seus filmes.
No mês seguinte, a cartoonista Atena Farghadani foi condenada a seis anos de prisão por "propaganda contra a República Islâmica" e "insultar o sagrado" ao tentar afixar na rua um cartaz crítico do governo.
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