Maior aliança da oposição condena mandado de prisão contra Urrutia

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), maior aliança da oposição na Venezuela, condenou a ordem de prisão emitida por um tribunal especializado em terrorismo contra o candidato da formação política às presidenciais de julho, Edmundo González Urrutia.

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Lusa
03/09/2024 06:00 ‧ 03/09/2024 por Lusa

Mundo

Venezuela

 

 

O bloco expressou, na segunda-feira, "inequívoca condenação ao aprofundamento da perseguição política" ao candidato presidencial da PUD, agora acusado dos crimes de "usurpação de funções", "falsificação de documentos públicos", "instigação à desobediência às leis", "conspiração", "sabotagem de sistemas danos e associação [para cometer um crime]".

"Os venezuelanos e o mundo olham com indignação para um regime que não foi capaz de publicar, dentro do prazo legal, nem um único registo oficial que apoiasse o resultado fraudulento anunciado pelo CNE [Conselho Nacional Eleitoral], mas que é capaz de emitir um mandado de captura em minutos contra o vencedor das eleições presidenciais", afirmou a PUD nas redes sociais.

Isto "mostra que o regime pretende continuar a violar o exercício da soberania popular expresso a 28 de julho a favor da mudança política no país", continuou.

A coligação, que afirma ter vencido as presidenciais, qualificou de ilegal o mandado de captura, emitido menos de uma hora depois de o Ministério Público (MP) o ter solicitado.

"Qualquer perseguição vai encontrar-nos unidos, firmes e articulados na defesa da esmagadora maioria que se expressou no passado 28J [28 de julho]. Ao povo da Venezuela e à comunidade internacional, continuemos firmes e unidos na defesa da vontade expressa", acrescentou a aliança.

O MP publicou a ordem na rede social Instagram, especificando que, uma vez efetuada a detenção, González Urrutia "deve ser imediatamente colocado à disposição" do MP, que, por sua vez, "deve apresentá-lo perante [o tribunal] no prazo de 48 horas após a detenção".

O pedido de emissão do um mandado de prisão foi feito depois de González Urrutia não ter comparecido a três convocatórias, nas quais devia prestar declarações no âmbito de uma investigação relacionada com alegações de fraude nas presidenciais.

A investigação está relacionada com a publicação de uma página na Internet em que a PUD afirma ter carregado "83,5% das atas eleitorais" recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto para reforçar a afirmação de que González Urrutia ganhou as eleições por uma ampla margem.

A PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Maduro como vencedor das eleições.

A vitória do atual Presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.

Leia Também: Maduro diz que González Urrutia "pretende estar acima da lei".

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