"Este mandado de detenção cita vários alegados crimes que não são mais do que mais uma tentativa de silenciar o senhor González [e] ignorar a vontade popular venezuelana", indica um comunicado emitido pelos nove países.
O texto é subscrito por Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
Da mesma forma, sustenta que, num país "onde não há separação de poderes nem garantias judiciais mínimas, e onde abundam as detenções arbitrárias", que, além de "perseguição política", estão em causa "práticas ditatoriais".
"Os nossos esforços serão firmes e contínuos para exigir que as autoridades venezuelanas garantam a vida, a integridade e a liberdade de Edmundo González Urrutia", conclui o texto.
A Procuradoria da Venezuela requereu na segunda-feira a um tribunal especializado em crimes de terrorismo que emita uma ordem de detenção contra o candidato presidencial da maior coligação da oposição, Edmundo González Urrutia.
A acusação envolve a suposta prática de crimes de "usurpação de funções" e "falsificação de documento público", relativamente aos registos eleitorais das presidenciais do passado dia 28 de julho.
O pedido foi feito depois de o Ministério Público ter convocado González Urrutia em três ocasiões e o opositor ter decidido não comparecer, por não saber em que qualidade deveria responder e por não reconhecer os crimes que o Ministério Público lhe atribui.
De acordo com um documento da entidade datado de hoje, o opositor é também acusado de incitamento à desobediência às leis, conspiração, sabotagem para danificar sistemas e associações para cometer um crime.
A investigação a González Urrutia está relacionada com a publicação de um 'site' no qual a principal coligação da oposição -- a Plataforma Democrática Unitária (PUD) -- afirma ter carregado 83,5% dos registos eleitorais recolhidos por testemunhas e membros da mesa na noite eleitoral.
O PUD divulgou esta ata, que o executivo qualifica de falsa, depois de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter proclamado o atual Presidente, Nicolás Maduro, como vencedor das eleições, apesar da denúncia de fraude pela da oposição e das objeções colocadas por numerosos países, alguns dos quais a apoiar González Urrutia como vencedor por uma larga margem.
Na quinta-feira, quando foi tornada pública a terceira convocatória, o Ministério Público avisou que, caso o político não voltasse a comparecer, seria emitido o "respetivo mandado de detenção" por considerar que "se encontra em situação de risco de fuga".
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