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França pede "tratado de migração" após naufrágio no Canal da Mancha

A França apelou hoje ao "restabelecimento de uma relação clássica de migração" entre o Reino Unido e a União Europeia, horas depois de um naufrágio no Canal da Mancha vitimar pelo menos 12 pessoas.

França pede "tratado de migração" após naufrágio no Canal da Mancha
Notícias ao Minuto

19:45 - 03/09/24 por Lusa

Mundo Canal da Mancha

O ministro do Interior francês demissionário, Gérald Darmanin, que visitou o local do naufrágio no norte de França, recordou que o país defende há dois anos "um tratado migratório entre a Grã-Bretanha e a União Europeia" para tentar pôr fim às partidas clandestinas.

 

As vítimas deste naufrágio eram "indubitavelmente pessoas do Corno de África", afirmou Darmanin, sublinhando que as pessoas que tentam atravessar para a costa inglesa o fazem "para reunirem-se a família, para trabalharem lá, por vezes em condições que não são aceitáveis em França".

Estas pessoas "querem ir para a Grã-Bretanha e as dezenas de milhões de euros que negociamos todos os anos com os nossos amigos britânicos, e que cobrem apenas um terço do que nós gastamos", não vão impedir as partidas ilegais, acrescentou Darmanin.

"O nosso país está determinado a acolher as pessoas que se encontram no nosso território e que pedem asilo", referiu o ministro, assegurando que "menos de 5% dessas pessoas pedem asilo em França, o que elas querem é partir".

Mais de 60 pessoas estavam amontoadas a bordo do barco que se afundou durante a madrugada, disse o ministro francês, acrescentando que 51 foram "resgatadas", duas das quais ainda se encontram "em emergência absoluta", e 12 morreram, "incluindo cerca de dez mulheres" e alguns menores.

"Menos de oito pessoas tinham coletes salva-vidas fornecidos pelos passadores", indicou Gérald Darmanin.

Segundo o Ministério Público francês, a tripulação do naufrágio era "maioritariamente eritreia".

Foi aberto um inquérito por "auxílio à entrada e permanência ilegal em grupo organizado" e "homicídio involuntário agravado", mas até ao momento não foram efetuadas quaisquer detenções.

A embarcação afundou-se a cerca de cinco quilómetros do Cabo Gris Nez, no largo da costa francesa, quando tentavam chegar a Inglaterra.

Com o naufrágio desta terça-feira, pelo menos 37 pessoas perderam a vida nestas travessias desde janeiro, o que faz deste o ano mais mortífero desde o início do fenómeno das embarcações improvisadas no Canal da Mancha.

Desde que o Reino Unido começou a registar estas chegadas em 2018, quase 136.000 pessoas atravessaram o Canal da Mancha nestes "pequenos barcos" a partir de França.

Este fenómeno desenvolveu-se em resposta ao crescente encerramento do túnel do Canal da Mancha e do porto de Calais para impedir a entrada de migrantes.

Leia Também: Pelo menos 12 migrantes morreram no Canal da Mancha. Há 2 desaparecidos

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