"A segurança das centrais nucleares em funcionamento depende de uma ligação estável e fiável à rede elétrica. Em consequência da guerra, a situação é cada vez mais vulnerável e potencialmente perigosa nesse aspeto", afirmou o diretor da AIEA, Rafael Grossi, que se reuniu em Kyiv com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Num comunicado divulgado pela sede da agência especializada da ONU, em Viena, Grossi anunciou que uma equipa de inspetores fará a revisão dessas subestações elétricas para avaliar a situação e a forma como se deverá proceder.
Segundo o responsável, os especialistas aplicarão critérios de segurança industrial nuclear e de proteção de infraestruturas fundamentais para avaliar o estado desses postos de transformação de energia elétrica.
O diretor da AIEA sustentou que assegurar que estas subestações elétricas funcionam com normalidade é de "vital importância para a segurança energética da Ucrânia", uma vez que o país depende em grande medida da eletricidade que as suas centrais atómicas produzem.
O diplomata argentino disse que este anúncio é consequência de uma série de ataques com mísseis que ou interromperam o abastecimento de energia elétrica a centrais nucleares ou causaram "uma perigosa instabilidade" na rede elétrica.
A empresa pública ucraniana de energia atómica, a Energoatom, indicou hoje que um ataque russo a obrigou a desligar uma das duas linhas que fornecem eletricidade à central nuclear de Zaporíjia, ocupada pela Rússia desde pouco depois do início da guerra, em fevereiro de 2022.
A agência da ONU recordou hoje que Zaporíjia, a maior central nuclear da Europa, sofreu oito cortes completos de abastecimento de energia elétrica desde que a guerra começou, com uma invasão de forças russas.
Durante esses cortes, a central teve de recorrer a geradores elétricos com autonomia limitada para alimentar aspetos essenciais para impedir acidentes nucleares, como o sistema de refrigeração dos reatores.
A AIEA anda há meses a alertar para o risco de um acidente nuclear em Zaporíjia, uma central que tem sido alvo de ataques e explosões.
Grossi acordou com Zelensky que a AIEA fornecerá apoio técnico à Ucrânia para que esta possa comprar material de Belene, um projeto de central nuclear na Bulgária que foi abandonado, para a central ucraniana de Khmelnytskyy.
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