Igreja venezuelana rejeita uso político do Natal decretado por Maduro

A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) rejeitou hoje o uso político do Natal, um dia depois de o presidente Nicolás Maduro decretar, como fez em anos anteriores, uma "antecipação" desta época para 01º de outubro.

Notícia

© YURI CORTEZ/AFP via Getty Images

Lusa
03/09/2024 23:59 ‧ 03/09/2024 por Lusa

Mundo

Venezuela

"O Natal é uma celebração universal. O modo e o tempo da sua celebração são da competência da autoridade eclesiástica. Esta festividade não deve ser utilizada para fins propagandísticos ou políticos", refere a CEV num comunicado publicado na rede social Instagram.

 

A instituição recorda que as datas a considerar para o Natal incluem o dia 01 de dezembro, quando se inicia o 'Advento' ou a preparação para a comemoração do nascimento de Jesus, e o início do "tempo litúrgico", que começa a 25 de dezembro e termina a 06 de janeiro.

Esta segunda-feira, durante o seu programa semanal de televisão, Nicolás Maduro anunciou que iria antecipar o início das celebrações natalícias para 01 de outubro "em homenagem" e " gratidão" ao "povo trabalhador" venezuelano.

"Estamos em setembro e cheira a Natal, cheira a Natal. E é por isso que este ano, em homenagem a vocês, em gratidão a vocês, vou decretar que o Natal será antecipado para o 1º de outubro", disse o Presidente.

"Setembro está a chegar e, graças ao facto de termos fechado o mês de agosto com boas perspetivas económicas, podemos dizer, e eu já disse: cheira a Natal", afirmou ainda, agradecendo aos compatriotas os esforços desenvolvidos em face aos ataques "fascistas".

Não é a primeira vez que Maduro antecipa o Natal para outubro e intensifica durante esse período ao final de dezembro a distribuição de ajuda e sacos de alimentos nos bairros, através dos chamados Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP).

A tomada de posse de Nicolas Maduro está agendada para depois do Natal e do Ano Novo, para dia 10 de janeiro.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.

Leia Também: Em plena crise política, Maduro antecipa Natal na Venezuela para outubro

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas