Líder da oposição no Uganda estável após ser atingido pela polícia

A principal figura da oposição política no Uganda está em estado estável após ter sido atingido numa perna, na terça-feira, em confrontos com a polícia, segundo o seu partido, a Plataforma de Unidade Nacional(NUP).

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© Anna Webber/Getty Images for National Geographic

Lusa
04/09/2024 12:23 ‧ 04/09/2024 por Lusa

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Confrontos

 

 

Bobi Wine, que foi internado no Hospital Nsambya na capital, Kampala, "está estável e fora de perigo", disse o advogado da NUP, George Musisi, em declarações divulgadas pelo jornal local Daily Monitor.

Esta manhã, o porta-voz do NUP, Joel Ssenyonyi, disse que os exames de raios X mostraram que "havia alguns fragmentos de uma botija de gás lacrimogéneo incrustados na perna de Bobi Wine".

O político deverá ser submetido hoje a uma cirurgia para remover os fragmentos.

O veterano da oposição Kizza Besigye, líder do partido Fórum para a Mudança Democrática (FDC), enviou o seu apoio a Wine e denunciou "o horrível resultado do que é, como habitualmente, um ataque policial totalmente desnecessário a líderes políticos da oposição".

O confronto ocorreu na cidade de Bulindo, cerca de 20 quilómetros a nordeste de Kampala, onde o líder da oposição se encontrou com Musisi.

A polícia do Uganda disse, num comunicado, que Wine, cujo nome real é Robert Kyagulanyi, foi aconselhado a não participar na arruada, depois de ter ido a um evento privado em Bulindo, mas que este "insistiu em avançar e fechar a estrada, o que levou à intervenção da polícia".

Os agentes da polícia presentes no local afirmam que Wine tropeçou ao entrar no veículo, causando os ferimentos, enquanto Kyagulanyi e a sua equipa afirmaram inicialmente de que tinha sido baleado.

Wine, antigo humorista antes de ser eleito para a Assembleia Nacional em 2017, concorreu à presidência do Uganda em 2021, mas perdeu para o atual Presidente, Yoweri Museveni, numas eleições que considerou terem sido fraudulentas.

O líder da oposição, de 42 anos, que esteve em prisão domiciliária no passado, descreveu as eleições como "as mais fraudulentas da história do Uganda" e instou os ugandeses e a comunidade internacional a rejeitarem os resultados anunciados.

O Uganda tem Museveni, de 79 anos, como Presidente desde 1986, tendo sido reeleito em janeiro de 2021, após um período eleitoral marcado pelo desaparecimento de centenas de apoiantes da oposição, por protestos dispersos com munições pelas forças de segurança e pelo menos 54 manifestantes mortos.

Enquanto Museveni obteve 58,6 por cento dos votos, Wine, conhecido pelas suas origens humildes e discursos contra o chefe de Estado, ficou em segundo lugar com 35 por cento dos votos.

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