O Exército israelita continuou hoje a sua operação que começou há uma semana no norte da Cisjordânia ocupada, onde pelo menos 30 palestinianos foram mortos desde então, segundo o Ministério da Saúde local.
Em 28 de agosto, o Exército de Telavive lançou uma vasta operação descrita como antiterrorista em várias cidades do norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, onde os grupos armados palestinianos são particularmente ativos.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, a violência entre militares e colonos israelitas e a população local teve um aumento substancial.
Pelo menos 637 palestinianos foram mortos, de acordo com uma contagem da ONU, e 23 israelitas, incluindo soldados, morreram de acordo com dados oficiais israelitas.
Na frente da Faixa de Gaza, o Exército israelita afirmou hoje ter morto mais de 200 milicianos palestinianos durante a última semana no bairro de Tal al-Sultan, a oeste da cidade de Rafah, onde mantém uma intensa ofensiva desde maio passado.
"Na última semana, as tropas da 401.ª Brigada realizaram operações de precisão baseadas no serviço de informações em Tal al-Sultan", detalhou o Exército em comunicado, nas quais afirma ter "eliminado mais de 200 terroristas".
Após um dos confrontos entre militares e milicianos num edifício da zona, as tropas de Telavive encontraram armas numa das caves, refere o texto.
Além disso, os soldados descobriuram dez lança-foguetes camuflados, preparados para lançar munições de longo alcance contra território israelita.
Na terça-feira, oito palestinianos morreram em Rafah na sequência de ataques israelitas a edifícios residenciais: quatro mulheres da mesma família no bombardeamento de uma casa ao início da manhã, e horas depois, outras quatro pessoas dentro de um veículo, informaram os serviços locais da Faixa de Gaza.
Desde maio que o Exército israelita mantém uma intensa ofensiva contra Rafah, que começou com o objetivo de erradicar quatro batalhões do Hamas, provocando a deslocação massiva de mais de 1,4 milhões de pessoas nesta cidade em direção à zona humanitária em Al-Mawasi, ao longo da costa.
Em 21 de agosto, o ministro da Defesa israelita anunciou a derrota daqueles quatro batalhões de Rafah, embora não tenha feito qualquer referência ao fim da ofensiva.
Embora a vitória sobre o Hamas em Rafah fosse o objetivo inicial da ofensiva, o Governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, colocou os seus interesses no Corredor de Filadélfia, que separa a Faixa de Gaza do Egito.
O controlo deste corredor de 14 quilómetros, que liga a travessia de Kerem Shalom ao Mar Mediterrâneo, é um dos principais obstáculos para se chegar a um acordo com o Hamas, e face à importância estratégica que lhe atribui, o primeiro-ministro, que tem enfrentado protestos nas ruas a exigir um cessar-fogo, dará hoje uma conferência de imprensa para os meios de comunicação internacionais.
O atual conflito foi desencadeado com um ataque sem precedentes do Hamas em 07 de outubro a Israel, onde deixou cerca de 1.200 mortos e levou perto de 250 reféns.
Em resposta, Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre na Faixa de Gaza, que fez mais de 40 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, na maioria mulheres e menores, provocou um desastre humanitário e desestabilizou todo o Médio Oriente.
Telavive e Hamas continuam sem conseguir um acordo para o fim dos combates, mas foram alcançadas pausas humanitárias temporárias para travar a propagação de poliomielite no enclave.
Leia Também: Keir Starmer defende decisão de suspender entregas de armas a Israel