Blinken visita o Haiti para manifestar apoio a força multinacional
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visita hoje o Haiti para demonstrar o apoio de Washington à força multinacional que pretende estabelecer a segurança no país devastado pela violência dos gangues, mas que enfrenta financiamento limitado.
© ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Antony Blinken
A viagem do chefe da diplomacia norte-americana -- a primeira de um secretário de Estado norte-americano ao Haiti desde 2015 -- acontece numa altura em que esta força policial liderada pelo Quénia está a demorar a alcançar resultados concretos aos haitianos.
A Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MMAS), apoiada pelas Nações Unidas, tem como objetivo ajudar a polícia haitiana a repor a ordem no pequeno e pobre país das Caraíbas, assolado pela criminalidade e por décadas de crises políticas e catástrofes naturais.
Até à data, dois contingentes foram destacados para o país -- os primeiros 200 agentes da polícia quenianos no final de junho, seguidos de outros 200 em meados de julho -- e cerca de 600 outros ainda não chegaram.
No entanto, estes números estão ainda longe dos 2.500 polícias previstos, que devem incluir elementos do Bangladesh, Benim e Jamaica, noticiou a agência France-Presse (AFP).
A chegada destes operacionais tem sido adiada e o financiamento da missão, estimado em 600 milhões de dólares por ano, tarda em concretizar-se.
Blinken, que também visitará a República Dominicana na sexta-feira, deverá reunir-se em Porto Príncipe com o novo primeiro-ministro, Garry Conille, membros do conselho de transição, bem como com o comando da força multinacional e da polícia haitiana, adiantou o Departamento de Estado norte-americano.
"Estamos a assistir a um aumento das patrulhas e operações destinadas a restaurar a segurança e um sentido de normalidade no Haiti", garantiu Brian Nichols, secretário de Estado adjunto para as Américas, em declarações aos jornalistas.
"Mas também precisamos de ver progressos políticos", acrescentou, apontando que Blinken vai pressionar por eleições, que não se realizam no Haiti desde 2016.
O chefe da diplomacia norte-americana deve também pedir às autoridades haitianas que investigassem as alegações de corrupção contra figuras importantes do país, realçou Nichols.
Os Estados Unidos, o principal contribuinte da missão, anunciaram mais de 300 milhões de dólares em fundos e equipamento, mas Nichols instou "o resto da comunidade internacional" a fazer contribuições financeiras muito maiores para que a força possa continuar a operar e outros países possam mobilizar as suas unidades".
Washington já não exclui uma modificação do mandato desta força, que foi autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU, mas não é uma força de manutenção da paz das Nações Unidas.
O Haiti tem péssimas recordações de missões anteriores da ONU e muitos países, a começar pelos Estados Unidos, têm-se oposto até agora.
A votação do Conselho de Segurança sobre a reautorização do MMAS está marcada para 30 de setembro.
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