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França. Eleições "foram roubadas" com nomeação de Michel Barnier

O líder de esquerda Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa (LFI, na sigla em francês), afirmou hoje que as eleições legislativas "foram roubadas", criticando o Presidente francês, Emmanuel Macron, por ter nomeado o conservador Michel Barnier como primeiro-ministro.

França. Eleições "foram roubadas" com nomeação de Michel Barnier
Notícias ao Minuto

13:38 - 05/09/24 por Lusa

Mundo França

"As eleições foram roubadas", afirmou Mélenchon, depois de recordar que Barnier pertence ao partido Republicanos, que ficou em último lugar nas eleições legislativas de julho, nas quais o partido de direita obteve 47 deputados de um total de 577 na Assembleia Nacional.

 

Trata-se de um primeiro-ministro "que não tem nada a ver com o resultado das eleições", argumentou o fundador do LFI, criticando também duramente esta nomeação "com a permissão e talvez a sugestão" da líder da extrema-direita Marine Le Pen.

Emmanuel Macron nomeou hoje o antigo negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, como novo primeiro-ministro de França após mais de 50 dias de governo provisório.

O antigo ministro e ex-comissário europeu ficou responsável por "formar um governo de unidade ao serviço do país e do povo francês", afirmou a Presidência francesa, em comunicado.

A nomeação de Barnier surge "após um ciclo de consultas sem precedentes", em que o Presidente "assegurou que o primeiro-ministro e o próximo governo reuniriam as condições para a maior estabilidade possível".

A tomada de posse de Barnier terá lugar esta tarde, às 16:00 (15:00 de Lisboa), no Palácio Matignon, residência oficial do chefe de governo.

A nomeação surge após duas semanas de intensas consultas políticas por parte de Macron e quando se completam dois meses da segunda volta das eleições legislativas, que resultou numa Assembleia Nacional sem uma maioria clara e extremamente dividida.

A escolha de Barnier acontece depois de várias personalidades terem enfrentado vetos da esquerda e da extrema-direita, que são dois dos três principais blocos da atual Assembleia Nacional.

Também a secretária nacional do partido ecologista, Marine Tondelier, acusou Macron de se submeter à líder da extrema-direita Marine Le Pen depois das ameaças de censura a outros potenciais primeiros-ministros, como o conservador Xavier Bertrand.

O novo primeiro-ministro tem uma vasta experiência política em França e nas instituições europeias.

O seu último cargo foi o de negociador europeu para a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) entre 2016 e 2021, depois de ter sido comissário europeu por duas vezes com as tutelas do Mercado Interno (2010-14) e da Política Regional (1999-2004).

Foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2004 e 2005, durante a presidência de Jacques Chirac, e ministro da Agricultura entre 2007 e 2009, com Nicolas Sarkozy no Eliseu, tendo antes disso sido ministro do Ambiente e dos Assuntos Europeus.

Iniciou a carreira política em 1973, tendo também sido eurodeputado, deputado e senador em França.

Leia Também: Michel Barnier é o novo primeiro-ministro de França

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