"As eleições foram roubadas", afirmou Mélenchon, depois de recordar que Barnier pertence ao partido Republicanos, que ficou em último lugar nas eleições legislativas de julho, nas quais o partido de direita obteve 47 deputados de um total de 577 na Assembleia Nacional.
Trata-se de um primeiro-ministro "que não tem nada a ver com o resultado das eleições", argumentou o fundador do LFI, criticando também duramente esta nomeação "com a permissão e talvez a sugestão" da líder da extrema-direita Marine Le Pen.
Emmanuel Macron nomeou hoje o antigo negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, como novo primeiro-ministro de França após mais de 50 dias de governo provisório.
O antigo ministro e ex-comissário europeu ficou responsável por "formar um governo de unidade ao serviço do país e do povo francês", afirmou a Presidência francesa, em comunicado.
A nomeação de Barnier surge "após um ciclo de consultas sem precedentes", em que o Presidente "assegurou que o primeiro-ministro e o próximo governo reuniriam as condições para a maior estabilidade possível".
A tomada de posse de Barnier terá lugar esta tarde, às 16:00 (15:00 de Lisboa), no Palácio Matignon, residência oficial do chefe de governo.
A nomeação surge após duas semanas de intensas consultas políticas por parte de Macron e quando se completam dois meses da segunda volta das eleições legislativas, que resultou numa Assembleia Nacional sem uma maioria clara e extremamente dividida.
A escolha de Barnier acontece depois de várias personalidades terem enfrentado vetos da esquerda e da extrema-direita, que são dois dos três principais blocos da atual Assembleia Nacional.
Também a secretária nacional do partido ecologista, Marine Tondelier, acusou Macron de se submeter à líder da extrema-direita Marine Le Pen depois das ameaças de censura a outros potenciais primeiros-ministros, como o conservador Xavier Bertrand.
O novo primeiro-ministro tem uma vasta experiência política em França e nas instituições europeias.
O seu último cargo foi o de negociador europeu para a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) entre 2016 e 2021, depois de ter sido comissário europeu por duas vezes com as tutelas do Mercado Interno (2010-14) e da Política Regional (1999-2004).
Foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2004 e 2005, durante a presidência de Jacques Chirac, e ministro da Agricultura entre 2007 e 2009, com Nicolas Sarkozy no Eliseu, tendo antes disso sido ministro do Ambiente e dos Assuntos Europeus.
Iniciou a carreira política em 1973, tendo também sido eurodeputado, deputado e senador em França.
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