"As únicas pessoas que devem determinar quem será a ou o próximo Presidente dos Estados Unidos são os norte-americanos, e nós apreciaríamos imenso que o senhor Putin, em primeiro lugar, parasse de falar das nossas eleições e, em segundo lugar, parasse de imiscuir-se nelas", declarou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, à comunicação social.
A declaração de Putin do seu "apoio" a Harris nas presidenciais de novembro próximo surgiu um dia depois de Washington ter formulado acusações de ingerência eleitoral russa em anteriores eleições nos Estados Unidos e na Europa, logo repudiadas por Moscovo.
Na quarta-feira, as autoridades norte-americanas tomaram medidas, entre as quais processos penais e imposição de sanções, para deter essas tentativas de "influenciar" o resultado das eleições presidenciais de 05 de novembro, que oporão a atual vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, ao ex-presidente Donald Trump, candidato do Partido Republicano.
Os serviços secretos norte-americanos tinham já concluído que houve ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016 e 2020 para favorecer o candidato republicano, Donald Trump - uma afirmação que Trump nega categoricamente e que a diplomacia russa desmentiu.
Sem responder diretamente a tais acusações, Putin afirmou hoje num fórum económico em Vladivostok que o Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha "recomendado aos seus eleitores para apoiarem a senhora Harris".
"Portanto, nós vamos apoiá-la também", acrescentou.
Além disso, prosseguiu, "ela tem um riso tão expressivo e contagiante que mostra que está a ir bem", acrescentou com um sorriso.
O riso de Kamala Harris é frequentemente ridicularizado pelos conservadores norte-americanos, a começar por Donald Trump.
O Presidente russo disse que o candidato republicano Donald Trump, inquilino da Casa Branca entre 2017 e 2021, impôs "mais sanções à Rússia do que qualquer Presidente" antes dele e que Kamala Harris "talvez se abstenha de fazer esse tipo de coisa".
O chefe de Estado russo comenta regularmente, e num tom intencionalmente jocoso, a política e a sociedade norte-americanas.
Em fevereiro, considerou que Biden, que então era apontado como candidato à reeleição pelo Partido Democrata mas que depois abandonou a corrida, era mais "previsível" e "experiente" que Trump.
Também na altura, os seus comentários causaram um certo ceticismo, por ser mais provável o empresário multimilionário norte-americano reduzir a ajuda à Ucrânia do que Joe Biden.
Considera-se, portanto, que Putin tem fingido apoiar os democratas para esconder as verdadeiras intenções russas.
No passado, Donald Trump expressou a sua admiração pelo Presidente russo e afirmou repetidamente que resolveria "em 24 horas" a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022 com a invasão russa do país vizinho e continua em curso, com Moscovo a proclamar a anexação de partes do território ucraniano e a controlar a central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa.
Nos últimos meses, o candidato republicano tem criticado fortemente os milhares de milhões de dólares gastos pelos Estados Unidos para apoiar Kiev a combater a ofensiva russa.
Por seu lado, Kamala Harris, assegurou no final de agosto que se manteria "firmemente ao lado da Ucrânia".
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