O movimento de Kiev, em agosto, para ganhar território na região russa de Kursk foi "tipicamente audacioso e ousado por parte dos ucranianos, para tentar virar o jogo", disse o líder do britânico MI6, Richard Moore, acrescentando que a iniciativa "levou a guerra para casa, para os russos comuns".
Falando ao lado de Moore num raro evento público em Londres, o diretor da CIA, William Burns, considerou que a ofensiva foi um "feito significativo" que expôs as vulnerabilidades das forças armadas russas, mas alertou para a crescente e "preocupante" proximidade na área da Defesa entre a Rússia, a China, o Irão e a Coreia do Norte.
Isso, continuou, ameaça tanto a Ucrânia como os aliados ocidentais no Médio Oriente, já que a Coreia do Norte enviou munições e mísseis à Rússia para serem utilizados contra a Ucrânia, enquanto o Irão fornece drones de ataque a Moscovo.
Na mesma altura em que se juntaram, hoje em Londres, os dois chefes dos serviços de espionagem destes tradicionais aliados publicaram também um artigo de opinião no Financial Times, apelando a um cessar-fogo em Gaza e afirmando que as suas agências tinham "explorado os canais de informação para pressionar fortemente no sentido da contenção e do desanuviamento".
Um cessar-fogo na guerra de Israel contra o Hamas "poderia pôr fim ao sofrimento e à terrível perda de vidas de civis palestinianos e trazer de volta os reféns após 11 meses de confinamento infernal".
Os EUA e o Reino Unido são ambos aliados firmes de Israel, embora Londres tenha divergido de Washington na segunda-feira, ao suspender algumas exportações de armas para Israel devido ao risco de poderem ser utilizadas para violar o direito internacional.
No seu artigo, Burns e Moore defendem ainda a força da relação transatlântica face a "um conjunto de ameaças sem precedentes".
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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