Estas pessoas, incluindo o alegado líder do comando sérvio, Milan Radoicic, "são acusados de ameaçar a ordem constitucional, de terrorismo e de branqueamento de capitais", declarou o procurador Naim Abazi, encarregado da investigação dos acontecimentos ocorridos em setembro de 2023, no norte do Kosovo.
"Durante a investigação, apreendemos veículos blindados, dinheiro adquirido de forma ilegal, assim como mais de 1.250 armas", acrescentou Abazi durante uma conferência de imprensa.
"A investigação deste caso foi uma das mais complexas que o Ministério Público alguma vez teve de realizar", acrescentou o procurador, saudando a cooperação com "os melhores serviços nacionais e internacionais".
A morte de um polícia kosovar albanês, morto em 24 de setembro na localidade de Banjska, no norte do Kosovo, onde os sérvios são maioritários, e o intenso tiroteio que se seguiu que opôs forças especiais da polícia kosovar ao comando sérvio fortemente armado, constituiu uma das mais graves escaladas registadas nos últimos anos.
Três membros do comando, que se refugiaram num mosteiro ortodoxo perto da fronteira com a Sérvia, foram mortos por forças albaneses kosovares.
Esta violência reiniciou um ciclo de tensões entre o Kosovo e a Sérvia.
A Kfor, a força multinacional da NATO no Kosovo e presente no território desde 1999, reforçou a sua presença no terreno e possui atualmente cerca de 4.800 efetivos.
Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral do Kosovo -- a sua antiga província do sul e considerada o berço da sua nacionalidade e religião -- proclamada em fevereiro de 2008 na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.
Os dois países negoceiam a normalização das relações assente num novo plano da UE, apoiado pelos Estados Unidos, com um roteiro acordado por Belgrado e Pristina em março passado, mas que poderá estar comprometido devido à persistência das tensões.
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