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Salvador Illa defende diálogo e acordos com adversários para unir catalães

O novo presidente do governo regional da Catalunha, o socialista Salvador Illa, disse hoje estar empenhado em procurar "o denominador comum que une os catalães" com diálogo e acordos, após mais de uma década marcada pelo independentismo.

Salvador Illa defende diálogo e acordos com adversários para unir catalães
Notícias ao Minuto

15:23 - 11/09/24 por Lusa

Mundo Catalunha

"O meu empenho e o empenho do governo que presido é procurar o terreno comum, o denominador comum que une os catalães. Numa sociedade de caráter diverso, procurar aquilo que nos pode unir e faz sentir parte da mesma comunidade, do mesmo povo", disse Salvador Illa, num encontro em Barcelona com jornalistas de meios de comunicação social estrangeiros, incluindo a agência Lusa.

 

Salvador Illa, que é desde há um mês o primeiro presidente do governo catalão não separatista em 14 anos, defendeu que a melhor "técnica política" para alcançar este objetivo e o de melhorar a situação social e económica da região é "fazer pactos e acordos, integrar", sempre com respeito por quem pensa de outra forma e tendo "generosidade" em relação aos adversários políticos.

O socialista considerou que é isso que demonstra "o passado recente" da região e aquilo que tem acontecido nos últimos anos no resto de Espanha e em outros países democráticos, onde o diálogo e os acordos entre diferentes forças políticas têm tido resultados positivos.

Illa venceu as eleições catalãs de maio passado e foi investido presidente do governo regional (Generalitat) há um mês, depois de ter negociado a viabilização do executivo com a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista).

O acordo com a ERC prevê a revisão do modelo de financiamento da região, o que terá de ser negociado com o Governo de Espanha, também liderado pelos socialistas, e passar pelo crivo do parlamento espanhol, onde nenhum partido tem maioria absoluta.

A possibilidade de um modelo de financiamento específico para a Catalunha tem gerado muita polémica em Espanha, com denúncias da oposição a novas cedências dos socialistas aos separatistas ou alertas para a possibilidade de as outras autonomias virem a ser prejudicadas.

Entre as cedências anteriores dos socialistas aos independentistas catalães estão indultos e uma amnistia para os condenados ou acusados pela tentativa de autodeterminação da Catalunha que culminou com um referendo ilegal e uma declaração unilateral de independência em 2017.

Os indultos e a amnistia foram exigências feitas por partidos catalães para viabilizarem os governos espanhóis liderados por Pedro Sánchez, com os socialistas a sublinharem os resultados positivos e práticos que tiveram, nomeadamente, o enfraquecimento do movimento independentista na Catalunha, o fim de distúrbios e das tensões nas ruas de Barcelona ou o regresso de toda a política regional às regras das instituições democráticas.

Salvador Illa encontrou-se com jornalistas da imprensa internacional em Barcelona esta quarta-feira, o dia em que se celebra o Dia Nacional da Catalunha, conhecido como Diada.

A Diada tornou-se desde há mais de uma década numa jornada de reivindicação da independência da região, com concentrações nas ruas e reivindicar o direito à autodeterminação dos catalães.

Após a tentativa de autodeterminação de 2017, as detenções e condenações de separatistas que se seguiram, os indultos e a amnistia, as manifestações da Diada pela independência têm também elas perdido dimensão.

Salvador Illa sublinhou hoje, no encontro com os jornalistas estrangeiros, que a Diada tem "um caráter festivo", em que se celebra a cultura e a história do povo catalão.

"A Diada é de todos, pensemos o que pensemos, falemos a língua que falemos, sintamos o que sintamos, venhamos de onde venhamos. Tem de nos unir a todos", afirmou.

Illa sublinhou que o mundo hoje vive "mudanças profundas e aceleradas" no domínio tecnológico, ambiental, económico ou político e considerou estratégico e fundamental superar as divisões e tensões.

"Neste momento de mudanças tão profundas e tão aceleradas, nenhuma comunidade, nenhum povo que não tenha procurado esse denominador comum, que não tenha uma base de unidade será capaz de aproveitar as oportunidades que surgem, mas também de repelir os riscos, que são muitos", afirmou.

Leia Também: Independentistas catalães voltam hoje às ruas no dia da região

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