O burburinho surgiu ainda antes de o presidente norte-americano, Joe Biden, ter abandonado a corrida à Casa Branca: repetiria Taylor Swift a ‘proeza’ de 2020 ao manifestar publicamente o seu apoio aos democratas? O momento chegou pouco depois do fim do debate entre a vice-presidente, Kamala Harris, e o antigo chefe de Estado, Donald Trump. Através da rede social Instagram, onde tem 283 milhões de seguidores, a artista fez saber que votará na candidata democrata nas eleições de 5 de novembro.
Mas, afinal, que impacto é que a cantora poderá ter no sufrágio?
De acordo com um porta-voz da Administração de Serviços Gerais dos Estados Unidos, houve um total de 405.999 visitas à plataforma vote.gov através do link partilhado por Taylor Swift, um número largamente superior à média diária de 30 mil visitas no início de setembro, noticiou o New York Times.
Ainda que este número não seja particularmente elucidador, uma sondagem da Redfield and Wilton Strategies para a Newsweek apurou, em julho, que 20% dos inquiridos teria mais probabilidade de votar num candidato apoiado por Taylor Swift, contra 25% que não votariam num candidato apoiado pela cantora.
Os eleitores republicanos seriam particularmente desencorajados por um apoio da artista (35%), ao passo que a maioria dos prováveis votantes dos democratas não se sentiriam nem mais, nem menos compelidos a votar num candidato em função do apoio da cantora (53%).
Além das cores partidárias, a faixa etária também é relevante. Pelo menos 30% dos eleitores da Geração Z estariam mais propensos a votar num candidato apoiado por Taylor Swift, contra 10% dos Baby Boomers.
"Os jovens eleitores não confiam em muitas instituições, não confiam em muitos líderes tradicionais, mas confiam nas pessoas que idolatram. Os nossos ídolos são pessoas que queremos imitar", disse a professora associada de artes e ciências da comunicação na Penn State Berks, E. Michele Ramsey, que dá aulas sobre Taylor Swift.
Na mesma linha, o professor de marketing na Universidade de Michigan Marcus Collins argumentou que "este tipo de sinalização social é importante para nós", uma vez que "ajuda-nos a definir quem somos, a nossa identidade, o que pensar e como nos devemos comportar".
"Se nos identificarmos com alguém que vê o mundo como Taylor Swift, podemos pensar: 'Se calhar, também devia votar assim'", disse, à ABC News.
A educação sobre como se registar e que se pode votar mais cedo em muitos estados é algo em que as celebridades são eficazes
Já a professora associada da Virginia Tech e especialista em comunicação política Megan Duncan confessou ao mesmo meio que a artista de ‘Cruel Summer’ "sabe que está a falar para uma série de pessoas que vão votar pela primeira vez, ou pela primeira vez numa eleição presidencial", e que "a educação sobre como se registar e que se pode votar mais cedo em muitos estados é algo em que as celebridades são eficazes".
De qualquer modo, os Swifties meteram ‘as mãos à obra’ assim que Biden desistiu da corrida, ao formar o movimento ‘Swifties for Kamala’. Até ao momento, o coletivo já conta com mais de 3.500 voluntários, tendo angariado 165.212,91 dólares (cerca de 148.844,44 euros) de um objetivo de 198.999 dólares (cerca de 179.283,17 euros).
"Estamos confiantes de que as palavras de Taylor terão um impacto positivo e encorajarão mais pessoas a juntarem-se a nós na nossa missão de eleger a vice-presidente Harris. Taylor sempre nos inspirou a sermos Destemidos (‘Fearless’) e a Falarmos Agora (‘Speak Now’), e estamos entusiasmados por levar estes esforços para o próximo nível à medida que nos aproximamos do fim desta eleição decisiva", defenderam.
Recorde-se, contudo, que Taylor Swift fez publicações a apelar ao registo ao voto em 2018, mesmo antes do apoio a Biden, e em 2023, tendo levado a que milhares de pessoas se registassem nos dias que se seguiram.
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