Um balanço inicial apontava para 113 mortos.
A televisão estatal birmanesa MRTV disse na noite de segunda-feira que as inundações destruíram quase 260 mil hectares de campos de arroz e outras culturas no país e que mais de 163.700 pessoas foram afetadas pela catástrofe e cerca de 150 mil casas ficaram submersas.
As áreas mais afetadas são a região de Mandalay, nos arredores da capital, Naypyidaw, e o nordeste do estado de Shan.
O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários disse que cerca de 631 mil pessoas foram afetadas pelas cheias em Myanmar.
A agência da ONU alertou para a necessidade urgente de alimentos, água potável, abrigo e vestuário e disse que as linhas de comunicação foram cortadas, estradas bloqueadas e pontes danificadas, dificultando seriamente os esforços de distribuição de ajuda.
As comunicações deficientes, especialmente com áreas remotas, também dificultam a recolha de informações sobre as vítimas.
De acordo com o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, estas inundações são as piores da história recente da Birmânia.
Esta catástrofe agrava a miséria no país, que entrou numa crise humanitária, de segurança e política desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021 contra o governo eleito de Aung San Suu Kyi.
A crise levou o líder da Junta Militar, Min Aung Hlaing, a pedir ajuda externa no sábado, uma decisão pouco comum para um poder militar que, no passado, bloqueou ou obstruiu a assistência humanitária internacional no Myanmar.
As inundações e deslizamentos de terras que se seguiram à passagem do Yagi, que atingiu a região no passado fim de semana, provocaram um total de mais de 500 mortos, principalmente em Myanmar e no Vietname (mais de 290 mortos), mas também no Laos, Tailândia (dez mortos) e China (dois mortos), de acordo com dados oficiais.
Os cientistas dizem que as alterações climáticas estão a tornar a estação das chuvas, que atingem o sudeste asiático entre junho e setembro, ainda mais fortes e erráticas.
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