A instituição internacional é a última de uma série de grupos de defesa dos direitos humanos, apoio à saúde e de organizações não-governamentais estrangeiras a suspender as atividades na Rússia desde a invasão da Ucrânia.
Num comunicado difundido segunda-feira à noite, os Médicos Sem Fronteiras referiram que receberam, em agosto, um aviso do Ministério da Justiça informando que a organização tinha sido retirada do registo de instituições estrangeiras aprovadas na Rússia.
Esta decisão aplica-se à filial holandesa da MSF na Rússia, que era a única ativa no país.
"Para cumprir esta decisão, tivemos de encerrar as nossas atividades no país (Rússia) e rescindir os contratos do nosso pessoal", declarou à Agência France Presse a porta-voz da MSF, Maria Borscheva.
Existe ainda um braço da organização que se ocupa das atividades não operacionais na Rússia, acrescentou.
Em 2023, a Rússia declarou as organizações não-governamentais (ONG) Greenpeace, Transparency International e World Wide Fund for Nature (WWF) "indesejáveis", proibindo-as de operar no país.
"É com pesar que temos de pôr termo às nossas atividades na Rússia", afirmou a MSF, acrescentando que supervisionou dezenas de programas no país desde 1992.
A MSF afirmou ter prestado ajuda humanitária a mais de 52 mil refugiados e pessoas deslocadas desde a invasão russa da Ucrânia.
Segundo a ONG, mais de 15.400 pessoas receberam apoio médico gratuito.
Borscheva afirmou que mais de 50 pessoas estavam a trabalhar na filial da Rússia.
A MSF gastou 3,4 milhões de euros em programas no país no ano passado, de acordo com o portal oficial da organização com sede em Genebra.
"Muitas pessoas que necessitam de ajuda médica e humanitária encontram-se agora sem o apoio que lhes poderíamos ter dado", afirmou Norman Sitali, diretor das operações da MSF na Rússia.
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