Tudo começou na passada terça-feira, quando vários ‘pagers’ e alguns painéis solares começaram a explodir, tendo provocado várias vítimas mortais. As fatalidades não ficaram, no entanto, por aqui, tendo sido o segundo dia de ataques o mais fatídico, com explosões de ‘walkie-talkies’.
O governo libanês e o grupo xiita libanês Hezbollah atribuíram a responsabilidade pelas explosões dos dispositivos a Israel.
“O momento não foi o melhor”, referiu Oded Eilam, um funcionário sénior da agência de inteligência nacional de Israel, Mossad, ao Washington Post. Os ataques surgem numa altura em que os Estados Unidos estão a tentar evitar que o conflito na Faixa de Gaza se espalhe na região.
Israel indicou que o foco das suas operações militares está a deslocar-se da Faixa de Gaza para o norte do país, numa ameaça velada ao Hezbollah, com o qual tem estado envolvido numa troca de tiros diária junto da fronteira com o Líbano desde o início do conflito com o Hamas, a 7 de outubro.
Diplomatas europeus têm encontro marcado em Paris
Na sucessão destes acontecimentos, alguns dos chefes das diplomacias europeias vão reunir-se em Paris para avaliar a situação no Médio Oriente - incluindo o massacre na Faixa de Gaza.
A reunião na quinta-feira em Paris terá também como foco a Ucrânia, segundo o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani.
"A reunião centrar-se-á na crise no Médio Oriente, com especial atenção ao estado das negociações em curso sobre o cessar-fogo em Gaza e à situação no Líbano", de acordo com o gabinete de Tajani, que confirmou a presença no encontro.
O príncipe herdeiro do Líbano disse, no entanto, que não negociará nenhuma trégua se o Estado palestiniano não for reconhecido. "O reino não vai parar o seu trabalho incansável para estabelecer um Estado palestiniano independente, com Jerusalém-Este como capital, nem estabelecer relações diplomáticas com Israel antes de isto acontecer", apontou numa reunião de aconselhamento do governo, o Conselho da Choura.
O que aconteceu nos últimos dois dias?
Centenas de 'pagers' explodiram na passada terça-feira, causando 12 mortes, incluindo duas crianças e entre 2.750 e 2.800 feridos. No dia seguinte, houve uma nova onda de explosões de dispositivos eletrónicos - desta vez, 'walkie-talkies'. O número de mortes no segundo dia de ataques ascedendeu a 20 e mais de 450 pessoas ficaram feridas, anunciou o Ministério da Saúde libanês.
Leia Também: EUA alertam para "escalada" no Médio Oriente após explosões no Líbano