Segundo fontes contactadas pela agência noticiosa Efe, o fluxo das águas do Danúbio continua a ameaçar barragens e diques.
O pico chegou mais cedo do que o esperado, sem, contudo, atingir os 850 centímetros previstos e ficou mais de meio metro abaixo do nível de 2013, quando o rio mais importante da Hungria transbordou em vários locais do país, informou a Autoridade das Águas, de acordo com o portal Telex.hu, citado pela Efe.
A altura média habitual do Danúbio na zona de Budapeste, a capital que atravessa, é de cerca de 300 centímetros.
"Este será, até agora, o dia de proteção mais difícil para evitar inundações. Devido ao pico, Budapeste está cem por cento alerta", declarou hoje de manhã o presidente da câmara da capital, o progressista Gergely Karácsony.
No norte da capital, várias ruas perto do Danúbio ficaram hoje submersas.
O autarca alertou também para o risco de ocorrência de "fugas nas barragens e diques" devido à forte e prolongada pressão do caudal do rio.
Perante esta ameaça, as autoridades competentes estão a monitorizar a situação "24 horas por dia".
Budapeste adotou várias medidas de prevenção para dar resposta à esperada chegada das cheias do Danúbio, tais como o encerramento de duas estações subterrâneas de transporte urbano.
Entretanto, o nível do rio está a diminuir lentamente, tanto em Budapeste como em cidades localizadas a norte da capital, como Vác, Esztergom e Komárom.
"Já ultrapassámos a fase mais crítica", embora os próximos dias sejam "difíceis", disse hoje o primeiro-ministro, o ultranacionalista Viktor Orbán, depois de visitar várias cidades afetadas.
O chefe do Governo estimou que a onda do aumento do fluxo das águas sairá do território húngaro até cinco dias.
As autoridades declararam alerta de segundo grau em Paks, no sul de Budapeste e onde está localizada a única central nuclear do país.
"As instalações da central, que desempenham um papel fundamental no abastecimento elétrico nacional, estão adequadamente preparadas", afirmou fonte do Ministério da Energia.
Milhares de soldados e voluntários participaram nos últimos dias nos trabalhos de instalação de proteções ao longo de mais de 750 quilómetros da margem do rio.
Várias cidades ficaram hoje isoladas, como é o caso de Kisoroszi, ao norte da ilha de Szentedre, enquanto em outras menores, como Tahitótfalu e Leányfalu, localizadas nas margens do Danúbio, a água submergiu casas, restaurantes e outras propriedades.
Em Dunafüred, ao sul de Budapeste, várias propriedades foram evacuadas como medida de precaução.
Apesar destas ocorrências ditadas pelo clima, os meteorologistas preveem para os próximos dias tempo ensolarado e sem chuva.
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