Médio Oriente à beira da "catástrofe" e solução não é militar, alerta ONU

O representante da ONU no Líbano alertou hoje para uma "catástrofe iminente" no Médio Oriente, no meio de uma escalada militar entre Israel e o Hezbollah libanês, acreditando que a solução não é militar.

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Lusa
22/09/2024 09:54 ‧ 22/09/2024 por Lusa

Mundo

ONU 

"Enquanto a região está à beira de uma catástrofe iminente, não podemos dizer o suficiente: Não existe solução militar para tornar nenhum dos lados mais seguro", disse na rede social X a coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert.

 

O exército israelita anunciou que mais de 100 projéteis foram disparados do Líbano na madrugada de hoje, obrigando centenas de milhares de residentes a refugiarem-se em abrigos antiaéreos, com as autoridades a ordenarem também o encerramento de escolas no norte do país.

"Cerca de 85 projéteis foram identificados cruzando o território israelita vindo do Líbano" pouco depois das 06h00 locais (04h00 em Lisboa), e "cerca de 20" durante uma salva anterior pouco antes das 05h00 (03h00 em Lisboa), explicou o exército num comunicado à imprensa.

"Centenas de milhares de pessoas tiveram que se refugiar em abrigos antiaéreos no norte de Israel", disse à AFP o porta-voz do Exército, tenente-coronel Nadav Shoshani.

O exército disse que a salva de foguetes disparados pelo Hezbollah provocou incêndios, com os serviços de emergência israelitas a relatar pelo menos quatro pessoas feridas por estilhaços, três delas perto de Haifa, grande cidade no norte de Israel.

Por sua vez, o Comando da Frente Interna de Israel (defesa passiva) indicou ter ordenado o encerramento de todas as escolas até às 18:00 de segunda-feira nas regiões do norte do país, algumas das quais estão localizadas 80 quilómetros da fronteira com o Líbano.

Em resposta ao fogo do Hezbollah, o exército israelita disse ter realizado novos ataques contra alvos do movimento islâmico no sul do Líbano.

"O exército israelita está atualmente a atacar alvos da organização terrorista Hezbollah no Líbano", referiu o exército num comunicado divulgado também hoje de manhã.

Shoshani disse que o exército israelita atingiu uma série de alvos desde sábado: "A maioria deles são lança-foguetes, a fim de evitar um ataque em grande escala", disse o porta-voz militar, acrescentando que o exército atingiu também outras "infraestruturas terroristas", que não especificou.

Durante a noite, "vários objetos voadores suspeitos" aproximaram-se de Israel vindos do Iraque, disse o exército, acrescentando que foram intercetados e não houve relatos de feridos.

As trocas de tiros transfronteiriços, diárias durante meses entre o exército israelita e o Hezbollah no Líbano, são cada vez mais frequentes e intensas. 

O Hebzollah afirma apoiar o seu aliado palestino Hamas na guerra contra Israel na Faixa de Gaza desde o ataque do movimento islâmico palestiniano em 07 de outubro em território israelita.

Sábado à noite, Washington instou os norte-americanos no Líbano a deixarem o país enquanto as opções comerciais continuam disponíveis, em plena intensificação do conflito entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah.

"Devido à natureza imprevisível do conflito em curso entre o Hezbollah e Israel e às recentes explosões em todo o Líbano, incluindo em Beirute, a embaixada dos EUA insta os cidadãos dos Estados Unidos a deixarem o Líbano enquanto as opções comerciais permanecem disponíveis", anunciou o Departamento de Estado.

Esta escalada, que suscita receios de uma guerra em grande escala, levou o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, a cancelar a viagem à ONU em Nova Iorque, apelando ao "fim dos terríveis massacres israelitas".

Leia Também: Sobe para 45 número de mortos em ataque israelita no Líbano

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