Intervindo numa reunião de urgência do Conselho de Segurança sobre o Líbano, que decorreu na noite de quarta-feira, à margem da 79.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança questionou "se não será melhor para o Conselho falar de Insegurança - que regista crises, recriminações e queixas, sem as resolver".
"E, quando chegam a acordo sobre alguma coisa, não são capazes de implementar", acrescentou, rematando: "Que tragédia".
Sobre o conflito no Líbano, que se agudizou desde o início desta semana com bombardeamentos israelitas, principalmente no sul e leste do país, Borrell defendeu a necessidade de "fazer tudo para evitar que o sul do Líbano se torne uma nova Gaza", pedindo "um apelo unânime à suspensão das hostilidades".
"E está a tornar-se uma nova Gaza", advertiu, afirmando que este conflito "não pode ser separado do que está a acontecer" no enclave palestiniano, onde Israel e o movimento islamita Hamas se defrontam há quase um ano.
O chefe da diplomacia dos 27 do bloco europeu recusou "entrar no jogo de culpar mais um do que outro" e sustentou que "a escalada não vai resolver nada, porque a guerra não resolve nada".
Borrell lembrou ainda que a "famosa resolução 1701" - adotada pelo Conselho de Segurança em agosto de 2006 para resolver a guerra que decorria então entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah -- nunca foi implementada.
"Esta situação trágica está a afetar toda a gente, palestinianos, israelitas e agora libaneses", salientou, pedindo: "Por favor, tentemos apelar unanimemente à suspensão das hostilidades ao longo da Linha Azul [fronteira entre Líbano e Israel estabelecida pela ONU em 2000] e à aplicação desta famosa Resolução 1701".
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