Pelo menos 11 mortos em ataque israelita que atingiu escola em Gaza

Um ataque aéreo israelita atingiu hoje uma escola que albergava palestinianos deslocados no norte da Faixa de Gaza, matando pelo menos 11 pessoas e ferindo 22, incluindo mulheres e crianças, informou o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

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© Getty Images

Lusa
26/09/2024 21:00 ‧ 26/09/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O exército israelita confirmou ter atingido o edifício da escola situada no campo de refugiados de Jabalia, indicando que tinha como alvo membros do movimento islamita palestiniano Hamas que se encontravam no seu interior e que planeavam ataques às tropas israelitas - uma afirmação que não foi possível confirmar de forma independente.

 

Imagens captadas da Escola de al-Faluja mostram as equipas de salvamento a retirar as vítimas do recinto, no meio dos escombros e de uma multidão. Um vídeo mostrava homens a envolver um tronco mutilado numa película de plástico e a colocar partes do corpo numa caixa térmica.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza não forneceu de imediato uma estimativa de quantas vítimas mortais eram mulheres e crianças.

As forças israelitas têm repetidamente atacado escolas, afirmando que os combatentes do Hamas as utilizam como "centros de comando" para planear ataques.

Os militares dizem utilizar armas de precisão para evitar fazer vítimas civis, mas os seus ataques têm causado um elevado número de mortos entre a população civil.

Dezenas de milhares de palestinianos vivem em escolas apinhadas de toda a Faixa de Gaza, depois de terem fugido das suas casas devido aos bombardeamentos e às ofensivas terrestres israelitas.

De acordo com as Nações Unidas, mais de 1,9 milhões dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a abandonar as suas casas e a deslocar-se, muitos deles mais que uma vez, durante o conflito que dura há quase um ano.

Na cidade de Khan Yunis, no sul do território, as autoridades enterraram hoje numa vala comum os cadáveres de 88 palestinianos que Israel devolveu à Faixa de Gaza no dia anterior.

Um 'bulldozer' abriu uma vala num dos cemitérios da cidade e os corpos foram colocados dentro de sacos de plástico azuis antes de o 'bulldozer' os cobrir com terra.

O Ministério da Saúde de Gaza condenou aquilo a que chamou a forma "desumana e imoral" como Israel tratou os corpos, dizendo que foram enviados de volta empilhados num camião, sem qualquer informação que permitisse a sua identificação.

Ao longo das ofensivas israelitas em Gaza, as tropas israelitas têm exumado vários cemitérios, bem como valas comuns improvisadas criadas em hospitais com os corpos de palestinianos mortos durante os ataques às instalações, e levaram um número desconhecido de cadáveres para Israel, afirmando procurar potenciais corpos de reféns ou combatentes israelitas.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.205 pessoas, na maioria civis, incluindo reféns em cativeiro.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 33 dos quais entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 360.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente -- com uma segunda frente de batalha no Líbano -, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 41.500 mortos (quase 2% da população) e de 96.000 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

A contagem do Ministério da Saúde de Gaza não distingue entre civis e combatentes, mas mais de metade dos mortos são mulheres e crianças, entre as quais cerca de 1.300 com menos de dois anos.

Israel culpa o Hamas pelas mortes de civis em Gaza, porque os combatentes do grupo operam em zonas residenciais e utilizam infraestruturas civis.

O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Leia Também: Montenegro condena Rússia na ONU e pede cessar de hostilidades em Gaza

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