"Para isolar esta região, para impedir o fluxo de transportes com o território da Rússia, os países ocidentais estão a dificultar ao máximo o trânsito de passageiros e de carga para Kaliningrado", criticou o antigo secretário do Conselho de Segurança russo.
Patrushev alegou ainda que cerca de 80% dos bens e mercadorias necessários ao enclave, localizado entre a Polónia e a Lituânia (ambos membros da NATO), não podem atualmente ser carregados por via terrestre, rodoviária ou ferroviária.
Assim, grande parte da carga é transportada por via marítima, acrescentou, detalhando o trabalho para encaminhar "cargas de gasóleo, cimento, brita e outras mercadorias para a frota de petroleiros, graneleiros e navios de carga geral".
Segundo a mesma fonte, atualmente a linha marítima que liga os portos de Baltiysk, em Kaliningrado, e Ust-Luga, na região de Leninegrado, é "a única artéria de transporte que permite o trânsito de cargas que contornam o território de países hostis".
Neste cenário, as autoridades russas decidiram construir dois 'ferries', que devem estar concluídos em 2028, e estão já a expandir as infraestruturas ferroviárias ligadas a ambos os portos.
"A primeira linha do terminal marítimo de passageiros e de carga em Pionersky (cidade portuária da região de Kaliningrado) entrou em funcionamento. Esta instalação tornar-se-á uma das maiores do noroeste da Rússia", afirmou Patrushev.
O novo terminal terá capacidade para receber até 225.000 passageiros e até 80.000 vagões de carga por ano, adiantou o responsável.
A Rússia tem sido alvo de sanções dos países ocidentais desde que invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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