Xi Jinping, também secretário-geral do Partido Comunista da China (PCC), sublinhou que o povo chinês está disposto a trabalhar com pessoas de todos os países para "salvaguardar a paz mundial e promover o desenvolvimento conjunto", num contexto marcado por crescentes tensões geopolíticas, como as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.
Estas declarações surgiram poucas horas depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, ter denunciado na Assembleia-Geral da ONU, no sábado, que "a força não pode substituir a justiça", na sequência dos bombardeamentos israelitas no Líbano, nas últimas horas, e do agravamento da guerra na Faixa de Gaza.
Desde a invasão russa da Ucrânia, Pequim tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela integridade territorial de todas as partes e às "legítimas preocupações de segurança", ao mesmo tempo que reafirma o apoio à "solução dos dois Estados" e manifesta "consternação" pelos ataques israelitas em Gaza, mantendo reuniões com países árabes e muçulmanos.
Na cerimónia, que teve lugar no Grande Salão do Povo, Xi atribuiu medalhas e diplomas honorários a líderes notáveis nos domínios do espaço, da medicina e da genética.
Entre os galardoados encontrava-se Wang Yongzhi, um pioneiro do programa espacial tripulado da China, que recebeu a título póstumo a Medalha da República, a mais alta condecoração estatal, sublinhando a ênfase da China na promoção do avanço científico e tecnológico do país.
Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e antiga presidente do Brasil, foi galardoada com a Medalha da Amizade, a mais alta condecoração para estrangeiros, em reconhecimento do papel no desenvolvimento das relações entre a China e o Brasil.
O Presidente chinês sublinhou a contribuição de amigos internacionais, como Dilma, para a amizade e o desenvolvimento da China.
Sublinhou ainda a importância da "unidade e cooperação internacionais" para enfrentar desafios globais e reiterou que a China manterá o foco no "desenvolvimento pacífico".
O Presidente chinês fez as declarações durante a cerimónia, realizada antes do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China, no dia 01 de outubro, destacando o papel da ciência e da tecnologia no desenvolvimento recente do país.
Xi pediu aos cidadãos chineses para prenderem com os heróis e os modelos a seguir, de modo a formarem "uma força poderosa para construir um país forte", num discurso em sintonia com os relatos de ameaças crescentes vindas do exterior.
Além de reconhecer os cientistas militares e da genética agrícola mais destacados, a cerimónia refletiu as prioridades estratégicas da China no processo de modernização e na procura da estabilidade social, num momento-chave para o desenvolvimento do país.
Leia Também: Diplomacia chinesa alerta na ONU para a "expansão" do conflito na Ucrânia