Melania Trump, mulher do republicano Donald Trump, defendeu o direito ao aborto num livro de memórias, enquanto o marido, ex-presidente dos Estados Unidos e candidato às presidenciais de novembro, apoia a possibilidade de os Estados restringirem a prática.
"Porque é que alguém, para além da própria mulher, deveria ter o poder de determinar o que ela faz com o seu próprio corpo?", questionou Melania Trump, num livro de memórias que o jornal britânico The Guardian teve acesso e que deve ser publicado no próximo dia 8 de outubro, cerca de um mês antes das eleições de novembro.
"Restringir o direito de uma mulher a escolher se quer interromper uma gravidez indesejada é o mesmo que negar-lhe o controlo sobre o seu próprio corpo. Carreguei esta convicção comigo durante toda a minha vida adulta", acrescentou.
Sublinhe-se que o ex-presidente Trump vangloria-se frequentemente de que a sua nomeação de três juízes conservadores para o Supremo Tribunal norte-americano foi a chave para derrubar a proteção federal ao aborto.
O direito federal ao aborto, recorde-se, foi revogado em junho de 2022 quando a super maioria conservadora do Supremo Tribunal anulou a decisão de 1973 conhecida como Roe v. Wade.
Posteriormente, essa decisão deu lugar a que estados republicanos em quase metade do país impusessem vetos severos ou totais ao aborto, medidas extremamente impopulares entre a maioria do eleitorado, que foram derrotadas sempre que foram submetidas a votação.
Encorajados pela onda conservadora impulsionada por evangélicos influentes, alguns republicanos chegaram a suscitar a ideia de impor uma restrição nacional caso controlem os poderes Executivo e o Legislativo.
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