Maioria dos taiwaneses diz-se pronta a lutar em caso de invasão da China

A maioria dos taiwaneses diz-se disposta a lutar em caso de invasão da ilha pelo Exército chinês, embora considere esse cenário improvável a curto prazo, segundo uma sondagem publicada hoje por um instituto local, na véspera do Dia Nacional.

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© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images

Lusa
09/10/2024 12:14 ‧ 09/10/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan

Cerca de 68% das 1.214 pessoas inquiridas afirmaram estar "muito dispostas ou razoavelmente dispostas" a lutar para defender a ilha em caso de invasão, de acordo com a sondagem realizada pelo Instituto de Investigação sobre Defesa e Segurança Nacional (INDSR).

 

Cerca de 64% dos inquiridos consideram que o desejo de Pequim de assumir o controlo da ilha representa "uma ameaça séria", embora 61% afirmem que não acreditam que possa haver um ataque nos próximos cinco anos.

A sondagem, realizada em setembro, foi publicada pelo INDSR - uma organização que se descreve como "independente" e "apartidária" - na véspera do Dia Nacional de Taiwan.

A China considera o atual líder do território, William Lai, um "separatista perigoso", devido ao seu apego à soberania de Taiwan.

Pequim intensificou a sua pressão militar e política sobre Taipé nos últimos anos, não excluindo a possibilidade do uso da força para assumir controlo sobre a ilha.

Pequim acusou hoje Lai de alimentar "hostilidades", depois do líder ter afirmado num discurso no sábado que era "impossível" que a China fosse a "pátria" de Taiwan.

Lai "reciclou mais uma vez o sofisma da 'independência de Taiwan'", criticou Zhu Fenglian, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan, um organismo governamental chinês.

No ano passado, William Burns, diretor da CIA, a principal agência norte-americana de serviços secretos, anteviu que o Presidente chinês, Xi Jinping, planeava uma invasão de Taiwan até 2027.

O diretor do INDSR, Lee Wen-chung, recordou que esta data coincidiria com o início do eventual quarto mandato de Xi à frente do país, não excluindo a possibilidade de Pequim tomar "medidas bastante duras" neste contexto.

Apenas cerca de 40% dos inquiridos acreditam que os Estados Unidos, o principal aliado de Taiwan, enviariam a sua Marinha para travar um bloqueio à ilha.

Washington tem mantido historicamente uma política de "ambiguidade estratégica" relativamente a uma possível intervenção militar norte-americana se Taiwan fosse atacada pela China.

Nos últimos dias, as ruas de Taipé e de várias cidades da ilha encheram-se de bandeiras para celebrar o Dia Nacional da República da China, uma data que comemora o início da Revolução Xinhai, a 10 de outubro de 1911, que terminou com o derrube da última dinastia imperial e a criação de uma república.

Depois da vitória das tropas comunistas na guerra civil chinesa (1927-1949), Mao Zedong proclamou a criação da República Popular da China em 01 de outubro de 1949, o que levou o governo da República da China, então liderado pelo nacionalista Chiang Kai-shek, a retirar-se definitivamente para Taiwan em dezembro do mesmo ano.

Desde então, Taiwan tem sido governada autonomamente, embora o seu estatuto internacional tenha sido consideravelmente reduzido nos últimos anos devido à pressão diplomática de Pequim, que reivindica a soberania sobre a ilha.

 

JPI // SCA

Lusa/Fim

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