Segundo o Kremlin, Vladimir Putin e Massoud Pezeshkian falaram cerca de uma hora à margem de um fórum regional em Asgabate, capital do Turquemenistão, o primeiro encontro cara a cara desde que o líder iraniano foi eleito em julho.

O encontro ocorre num momento de conflito no Médio Oriente, com Israel envolvido numa guerra no Líbano contra o Hezbollah, um movimento pró-iraniano, e o Hamas na Faixa de Gaza, enquanto o Irão atacou o território israelita com mísseis em resposta a assassinatos seletivos perpetrados por Telavive.

Teerão é também acusado há vários meses pelo Ocidente de ter fornecido drones explosivos 'Shahed' e mísseis de curto alcance à Rússia, ajudando assim o exército russo na Ucrânia. O Irão rejeita estas acusações.

"Trabalhamos ativamente em conjunto na cena internacional e as nossas avaliações dos acontecimentos mundiais são frequentemente muito próximas", disse Putin ao homólogo iraniano.

"As relações com o Irão são uma prioridade para nós e estão a desenvolver-se com sucesso", acrescentou, num breve discurso transmitido pela televisão estatal russa.

Pezeshkian, por seu lado, também saudou a crescente proximidade com Moscovo.

"As nossas posições na cena internacional são semelhantes", admitiu Pezeshkian, segundo uma tradução oficial transmitida também pela televisão russa.

Segunda-feira, o Kremlin adiantou que os dois líderes iriam discutir "questões bilaterais" e "a situação no Médio Oriente".

Em resposta a um jornalista da televisão estatal russa antes do encontro com o Presidente da Rússia, Pezeshkian apelou a Israel para que deixe de bombardear o Líbano e a Faixa de Gaza, sempre segundo a tradução russa das suas declarações.

O líder iraniano também denunciou o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) a Israel.

Putin, que é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) e, por isso, só visita países amigos, participa hoje no fórum regional no Turquemenistão, a convite das autoridades deste país da Ásia Central.

O Irão, alvo de sanções norte-americanas devido ao seu programa nuclear, é um parceiro económico e diplomático próximo de Moscovo e as relações bilaterais reforçaram-se desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Putin e Pezeshkian planeiam encontrar-se novamente na cimeira dos BRICS em Kazan, na Rússia, que decorrerá de 22 a 24 deste mês.

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