Nobel da Paz mostra necessidade de "mundo livre de armas nucleares"
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) felicitou hoje a organização japonesa das vítimas das bombas de Hiroshima e Nagasaki pelo Nobel da Paz, afirmando que este prémio defende a necessidade de "um mundo livre de armas nucleares".
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"O sofrimento dos 'hibakushas' [nome dado aos sobreviventes destes ataques com bombas atómicas, que fundaram a organização em 1956] demonstra porque é que estas armas devem ser proibidas", disse o CICV, uma das primeiras organizações que em 1945 ajudou aquelas vítimas.
O comité recordou que a organização japonesa das vítimas das bombas de Hiroshima e Nagasaki, a Nihon Hidankyo, foi uma das impulsionadoras do Tratado para a Proibição de Armas Atómicas, em vigor desde 2021, mas ainda não ratificado pelas potências nucleares.
A ratificação deste tratado, defendeu o CICV, "é um passo fundamental para reforçar um direito internacional capaz de evitar catástrofes futuras".
O Nobel atribuído à Nihon Hidankyo "destaca o papel vital desta organização em mostrar os efeitos catastróficos e as graves consequências humanitárias do uso de armas nucleares", concluiu o CICV.
O Prémio Nobel da Paz 2024 foi hoje atribuído à organização japonesa Nihon Hidankyo, de sobreviventes das bombas atómicas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki.
A organização "recebe o prémio da paz pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas", afirmou o presidente do Comité Nobel norueguês, Jorgen Watne Frydnes.
Ao atribuir o prémio, o Comité Nobel advertiu contra o enfraquecimento do tabu da utilização de armas nucleares.
"Há quase 80 anos que nenhuma arma nuclear é utilizada numa guerra", afirmou o presidente do Comité Nobel.
"É, por isso, alarmante verificar que, atualmente, este tabu contra a utilização de armas nucleares está sob pressão", disse o representante.
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