ONU pede cessar-fogo no Médio Oriente para evitar guerra mais ampla

O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou hoje para a urgência de um cessar-fogo no Líbano e em Gaza para evitar um conflito regional mais amplo com consequências globais.

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Lusa
14/10/2024 15:18 ‧ 14/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Um cessar-fogo apoiado por um processo de paz significativo (...), é a única forma de quebrar o ciclo de violência, ódio e miséria", declarou Filippo Grandi na abertura da reunião anual do comité executivo do ACNUR, em Genebra.

 

O alto funcionário da ONU insistiu que só um cessar-fogo poderia evitar uma "guerra regional mais ampla com repercussões globais".

"Viram as imagens e os números: centenas de milhares de pessoas deslocadas dentro do Líbano, procurando escapar aos ataques aéreos israelitas", disse Grandi, lamentando que "mais uma vez, a distinção entre civis e combatentes quase desapareceu.

O alto-comissário denunciou os ataques contra os trabalhadores humanitários, mas afirmou que as Nações Unidas vão permanecer no terreno.

"Não podemos aceitar que as vidas dos humanitários sejam consideradas meros danos colaterais ou, pior ainda, que sejam caluniadas", afirmou Grandi.

Grandi prestou homenagem ao funcionário contratado do ACNUR morto num ataque aéreo israelita no Líbano no mês passado e recordou que 226 pessoas que trabalhavam para a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) perderam a vida desde a guerra em Gaza.

Após meses de confrontos entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, um aliado do grupo islamita palestiniano Hamas, o exército israelita intensificou os seus ataques aéreos no Líbano a 23 de setembro e iniciou operações terrestres no país vizinho no dia 30.

Mais de 1.300 pessoas foram mortas no Líbano desde 23 de setembro, segundo um levantamento da agência de notícias AFP. Segundo a ONU, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas no Líbano, ou mais de um sexto da população, desde essa data.

O Hezbollah reativou a frente na fronteira com Israel após o ataque de 07 de outubro em Israel e o início da guerra em Gaza em apoio do seu aliado palestiniano, o Hamas.

As trocas de tiros quase diárias levaram à deslocação de dezenas de milhares de pessoas de ambos os lados da fronteira, ainda antes da intensificação da ofensiva israelita em setembro.

Israel prometeu combater o Hezbollah até à "vitória", a fim de permitir o regresso às regiões fronteiriças do norte dos 60.000 habitantes deslocados pelos incessantes disparos de 'rockets' do movimento libanês.

Leia Também: Médio Oriente: Irão pede apoio a Omã e reúne-se com Huthis do Iémen

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