Em comunicado, o representante da Unicef no Líbano, Edouard Beigbeder, alertou que as crianças sofrem enquanto o mundo vê as leis humanitárias serem flagrantemente ignoradas".
Na nota, a organização lembra que os menores "devem ser protegidos e os serviços de que dependem devem ser salvaguardados, em conformidade com o direito internacional".
A Unicef sublinha que "as crianças no Líbano correm um risco crescente de problemas de saúde e de proteção", incluindo doenças transmitidas pela água, como a cólera, a hepatite e a diarreia, à medida que os bombardeamentos israelitas contínuos e prejudicam cada vez mais os serviços essenciais de que as famílias dependem.
Segundo dados fornecidos pela Unicef, pelo menos 28 instalações de abastecimento de água foram danificadas durante o conflito, que afetou o fornecimento a mais de 360 ????mil pessoas, sobretudo no sul do país, onde as tropas israelitas realizam operações terrestres contra o grupo xiita libanês Hezbollah.
A agência da ONU adverte que "a verdadeira extensão dos danos nos sistemas de água será provavelmente maior, uma vez que várias áreas afetadas são inacessíveis às equipas técnicas que avaliam os danos, fornecem combustível e realizam reparações essenciais".
Além disso, a Unicef ????critica os bombardeamentos em várias escolas, em 15 hospitais e em 70 centros de cuidados de saúde primários e de serviços médicos de emergência.
Da mesma forma, citando dados do Ministério da Saúde Pública libanês, lamenta que seis hospitais estejam fora de serviço e outros cinco a funcionar parcialmente devido aos ataques israelitas.
Na nota, a Unicef ??apela ainda "a todas as partes para que protejam as crianças de todos os danos e lhes proporcionem a proteção especial a que têm direito".
Edouard Beigbeder defende que, "acima de tudo, as crianças do Líbano precisam de um cessar-fogo", que considera ser "a única forma de as proteger e garantir que a ajuda de que necessitam pode ser prestada em segurança e em grande escala".
O Hezbollah e Israel estão em confronto desde 08 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, e, durante quase um ano, as hostilidades limitaram-se a trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa.
Contudo, no final de setembro, Israel iniciou uma ampla campanha de bombardeamentos que se concentrou no sul e no leste do Líbano, mas também nos subúrbios de Dahieh, no sul de Beirute, um bastião do Hezbollah, onde foi morto o seu líder, Hassan Nasrallah, bem como outros altos quadros do grupo armado libanês apoiado pelo Irão.
Segundo o Governo libanês, pelo menos 2.350 pessoas morreram no último ano, das quais 1.356 desde 23 de setembro, e mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.
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