O número faz parte da Estimativa de Pobreza calculada para 2023.
Noutro indicador, a pobreza extrema foi reduzida pela metade, passando de 4,56% em 2015 para 2,28% em 2023, utilizando o limiar internacional de 2,15 dólares por dia e por pessoa.
O Governo estabeleceu como meta a erradicação da pobreza extrema até 2026.
De acordo com o INE, os dados revelam desigualdades entre o mundo rural e urbano.
A pobreza nas zonas urbanas apresentou uma queda, de 28,08% em 2015 para 21,31% em 2023, recuo ainda mais acentuado nas zonas rurais, de 48,87% em 2015 para 35,23% em 2023.
A pobreza extrema nas áreas urbanas foi de 1,4% em 2023, enquanto nas áreas rurais foi de 4,97%.
Apesar da evolução no arquipélago, as zonas rurais continuam a ser mais desfavorecidas.
Segundo o INE, as estimativas são baseadas na metodologia SWIFT, desenvolvida pelo Banco Mundial, que utiliza dados de inquéritos às despesas familiares (IDRF) de 2015 e 2023 para calcular as taxas de pobreza.
Esta abordagem permitiu estimar a pobreza com maior precisão para áreas urbanas e rurais, ajustando-se a diferentes parâmetros para cada zona.
O INE usou diferentes linhas de pobreza para a avaliação: uma linha de pobreza absoluta para áreas urbanas de 95.908 escudos (868 euros) e outra para o mundo rural de 82.602 escudos (747 euros).
O conceito de pobreza absoluta difere da pobreza relativa porque diz respeito a quem não possui recursos para satisfazer necessidades básicas (alimentação, vestuário, abrigo e saúde), usando critérios universais, enquanto a pobreza em sentido mais genérico e relativo aplica-se a quem tem menos recursos em comparação com outros, na mesma sociedade, de acordo com critérios locais.
A pobreza extrema é uma forma mais severa de pobreza absoluta.
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