Ex-presidente de Taiwan alerta para manobras da China

A ex-presidente taiwanesa Tsai Ing-wen, em funções até maio, alertou quinta-feira em Bruxelas que as manobras militares da China, que simulam um bloqueio à ilha, colocam "em perigo a paz e a estabilidade regionais".

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© Getty Images/Carl Court

Lusa
18/10/2024 06:26 ‧ 18/10/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan

Num evento organizado pelo grupo de amizade Europeu-Taiwan no Parlamento Europeu, a ex-presidente manifestou a esperança de que a comunidade internacional "se mantenha unida para se opor e dissuadir" as ações da China no estreito de Taiwan.

 

"Taiwan, tal como a Europa de hoje, enfrenta uma vizinhança forte e agressiva", frisou Tsai Ing-wen, acrescentando: "A paz não pode ser alcançada cedendo à agressão autoritária ou comprometendo a nossa soberania e modo de vida democrático".

A ex-presidente visitou Bruxelas esta semana para se reunir com responsáveis da União Europeia, académicos e especialistas de grupos de reflexão, com o objetivo de "continuar a promover uma relação amigável substancial entre Taiwan e a Europa".

Esta é a primeira vez que um antigo líder taiwanês se desloca à capital das instituições europeias e, nesta ocasião, o contexto de tensões crescentes entre Pequim e Taipé conta também com "incursões marítimas e aéreas no espaço de Taiwan".

A União Europeia garantiu na passada segunda-feira, num comunicado do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), que tem um "interesse direto" na preservação do 'status quo' no estreito de Taiwan e opôs-se às manobras militares que a China empreendeu em torno da ilha, simulando um bloqueio e a tomada de portos e áreas-chave.

A ex-presidente observou ainda que "Taiwan está empenhada em manter o 'status quo' no estreito de Taiwan" e disposta "a colaborar com Pequim com base na identidade e na reciprocidade".

Estes novos exercícios no estreito de Taiwan e em torno do território autónomo cuja soberania a China reivindica são, como explicou Pequim, um castigo pelos "atos separatistas relacionados com a independência" da ilha.

A China aludiu assim às últimas declarações do Presidente taiwanês, o soberanista William Lai, que afirmou na semana passada, por ocasião do Dia Nacional da República da China (nome oficial de Taiwan), que a República Popular da China "não tem o direito de representar" a ilha, que definiu como uma terra de liberdade e democracia.

A visita da antiga presidente taiwanesa faz parte da viagem europeia de Tsai, que já visitou Praga e Paris.

Em Bruxelas, no seu discurso no Parlamento Europeu, Tsai defendeu o papel de Taiwan na comunidade mundial: "Temos muito para oferecer ao mundo em termos de desenvolvimento económico e tecnológico, mas o mais importante é que Taiwan está profundamente empenhado na segurança global e nos valores universais de liberdade e democracia que todos transportamos".

Leia Também: Xi Jinping visita província mais próxima de Taiwan após exercícios de guerra

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