ONU alerta para "vasta destruição" de cidades e aldeias no sul do Líbano

A missão de manutenção da paz da ONU no Líbano (FINUL) alertou hoje para a "vasta destruição" de cidades e aldeias no sul do país, onde Israel e o movimento islamita Hezbollah estão em guerra aberta.

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© ANWAR AMRO/AFP via Getty Images

Lusa
18/10/2024 17:07 ‧ 18/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"A escalada ao longo da Linha Azul [entre o Líbano e Israel] está a causar a destruição generalizada de cidades e aldeias no sul do Líbano, enquanto continuam a ser lançados foguetes em direção a Israel, incluindo para áreas civis", disse o porta-voz da FINUL, Andrea Tenenti, no briefing regular de imprensa da ONU em Genebra.

 

"A devastação e destruição de muitas aldeias ao longo da Linha Azul e mesmo para além dela é chocante", afirmou.

A 08 de outubro de 2023, o Hezbollah abriu uma frente no norte de Israel em "apoio" ao Hamas, após a incursão deste movimento armado em território israelita no dia anterior que desencadeou a guerra em Gaza. Após um ano de tiroteios na fronteira, Israel lançou uma intensa ofensiva terrestre no sul do Líbano, a 30 de setembro.

Em declarações a partir de Beirute, Tenenti sublinhou o "papel mais importante do que nunca" da FINUL.

"É importante que a bandeira da ONU continue a ser hasteada no país. Temos de tentar trazer estabilidade e paz à região. É uma situação muito difícil, pois [as forças de manutenção da paz] passam longas horas em abrigos para garantir a sua segurança. Mas o moral continua muito elevado", afirmou o porta-voz.

Na semana passada, a FINUL -- que integra 10.000 "capacetes azuis" -- acusou as tropas israelitas de dispararem "repetida e deliberadamente" contra as suas posições.

"Deixámos bem claro que se trata de ataques deliberados contra a missão", disse Tenenti, frisando que foram visados em cinco ocasiões.

O porta-voz da FINUL afirmou também que os "capacetes azuis" têm o direito à "autodefesa", mas sublinhou a importância de se ser "pragmático" e "racional".

"Se uma resposta desencadear mais violência, é importante desagravar a situação em vez de a agravar. Cabe aos comandantes no terreno decidir quando é altura de recorrer à autodefesa, mas é muito importante neste momento reduzir a violência, reduzir a tensão, e foi isso que fizemos até agora", observou.

Domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou o secretário-geral da ONU, António Guterres, para que as forças de manutenção da paz fossem transferidas "imediatamente para um local seguro", mas as Nações Unidas "decidiram que a FINUL manterá todas as suas posições", disse segunda-feira o chefe das forças de manutenção da paz, Jean-Pierre Lacroix.

Além de restabelecer a paz, a missão da UNIFIL é trabalhar para que o exército libanês se posicione sozinho ao seu lado no sul do Líbano e coordenar o trabalho humanitário na zona.

"As nossas capacidades de patrulhamento são limitadas neste momento, mas continuamos a fazê-lo. Milhares de pessoas continuam retidas nas aldeias do sul do Líbano, incapazes de satisfazer as suas necessidades mais básicas. É nisso que estamos a trabalhar nestes dias, para tentar prestar esta assistência", explicou Tenenti.

Pelo menos 1.418 pessoas foram mortas no Líbano desde 23 de setembro, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. A ONU contabilizou cerca de 700.000 pessoas deslocadas.

Leia Também: Navio militar alemão da FINUL abate 'drone' na costa do Líbano

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