Primeiros militares das Bahamas chegam ao Haiti para missão multinacional

Os primeiros seis militares das Bahamas, que integram a força do seu país que participa na Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti, chegaram na sexta-feira a Porto Príncipe, reforçando esta operação no país devastado pelos gangues armados.

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© Guerinault Louis/Anadolu via Getty Images

Lusa
19/10/2024 07:09 ‧ 19/10/2024 por Lusa

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Bahamas

O contingente chegou à capital haitiana a bordo de um avião de uma empresa das Bahamas, país que em agosto passado prometeu enviar 150 militares.

 

À chegada ao aeroporto internacional de Porto Príncipe, estes militares foram recebidos, entre outros, por funcionários da Polícia Nacional do Haiti.

A missão deste contingente é realizar estudos de campo para ver como podem participar no reforço da segurança no Haiti.

Embora a missão multinacional, liderada pelo Quénia e autorizada pela ONU, tenha começado a deslocar-se para o Haiti em junho passado, a violência não parou e os bandos armados tomaram conta de mais territórios.

Os primeiros a chegar ao Haiti foram 400 agentes quenianos, aos quais se juntaram posteriormente tropas da Jamaica e do Belize, sendo que a missão deverá atingir os 2.500 membros.

Recentemente, o Presidente queniano William Ruto anunciou que o envio de mais 600 agentes da polícia queniana para a Missão Multinacional de Apoio à Segurança terá lugar no próximo mês.

Em outubro de 2023, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio de uma missão de apoio à Polícia Nacional Haitiana, em resposta ao pedido feito um ano antes pelas autoridades do país caribenho para enfrentar a violência dos gangues armados.

De acordo com o Gabinete Integrado das Nações Unidas no Haiti (Binuh), cerca de 3.900 vítimas, entre mortes e feridos, foram registadas no primeiro semestre deste ano, depois de cerca de 8.000 mortos em 2023.

Várias organizações não-governamentais (ONG) internacionais e haitianas fizeram esta semana um apelo urgente à comunidade internacional para que aumente o financiamento ao Haiti e garanta acesso humanitário seguro face ao aumento da fome extrema no país.

A situação é acentuada pela violência e a crise de segurança está a agravar-se no país, onde 90% da capital, Port-au-Prince, é controlada por gangues armados e os preços dos cabazes alimentares dispararam.

Estes grupos controlam também as estradas que vão de e para o norte e sul do Haiti, impedindo os agricultores de entregarem bens e as organizações sem fins lucrativos de fornecerem ajuda.

Embora grande parte da fome esteja diretamente ligada à violência dos gangues, a inflação de dois dígitos também limitou o que muitos haitianos podem comprar, com a alimentação a representar hoje 70% do total das despesas familiares.

Além disso, partes do Haiti ainda lutam para recuperar do sismo de agosto de 2021, de vários episódios de seca e do furacão Mateus, que atingiu o país como uma tempestade de categoria 4 em 2016.

Leia Também: ONG internacionais e do Haiti fazem apelo urgente face a fome extrema

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