Irão rejeita acusações de ingerência em assuntos do Líbano

O Irão rejeitou hoje as acusações do primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, de que a República Islâmica esteja a interferir nos assuntos internos do Líbano, após comentários atribuídos ao presidente do parlamento iraniano.

Notícia

© Mohamed Azakir/Reuters

Lusa
21/10/2024 11:47 ‧ 21/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O Irão nunca pretendeu interferir nos assuntos internos do Líbano e nunca agiu dessa forma", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baghaei, durante a sua conferência de imprensa semanal.

 

"Estamos a falar com qualquer país que proponha uma iniciativa para pôr fim aos crimes e agressões contra o Líbano, bem como ao genocídio em Gaza", acrescentou, citando um "mal-entendido" em relação às observações atribuídas ao presidente do parlamento iraniano, Mohammad-Bagher Ghalibaf.

Um artigo publicado na quinta-feira pelo jornal francês Le Fígaro dava conta de que o presidente do parlamento iraniano, que visitou Beirute na semana passada, teria afirmado que Teerão estava prestes a negociar um cessar-fogo no Líbano com Paris.

Após um ano de trocas de tiros fronteiriços, Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, que é pró-iraniano, estão agora em guerra aberta no Líbano, onde o exército israelita lançou, no final de setembro, uma ofensiva terrestre.

"Para atingir este objetivo do cessar-fogo, o presidente do parlamento diz-nos que o Irão estaria pronto para negociar concretamente as medidas para implementar a resolução 1701 [do Conselho de Segurança da ONU] com a França, que atuaria como país mediador entre o Hezbollah e Israel", refere o artigo do diário francês.

A resolução 1701 marcou o fim da guerra anterior entre Israel e o Hezbollah, em 2006, e estipula que apenas as forças de manutenção da paz e o exército libanês devem ser destacados para o sul do Líbano, na fronteira com Israel.

"Estamos surpreendidos com esta posição, que constitui uma ingerência flagrante nos assuntos libaneses e uma tentativa de estabelecer uma tutela, que rejeitamos, sobre o Líbano", reagiu Najib Mikati.

Esta é a primeira vez que o primeiro-ministro libanês, que mantém boas relações com o poderoso Hezbollah pró-iraniano representado no seu Governo, adota tal posição, tendo mesmo convocado o encarregado de negócios iraniano em Beirute.

O Irão intensificou recentemente os seus esforços diplomáticos com uma série de visitas do seu ministro dos Negócios Estrangeiros à região para promover um cessar-fogo no Líbano e em Gaza.

"Estamos satisfeitos que todos os países da região, tal como nós, tenham atingido este nível de maturidade no qual proteger a paz na região é um dever comum", disse Baghaei.

Cerca de 1.500 pessoas foram mortas no Líbano desde a intensificação das operações israelitas no Líbano, a 23 de setembro, segundo os dados oficiais, e mais de um milhão foram forçadas a abandonar as suas casas.

Leia Também: Irão reitera não querer usar armas nucleares (apesar de pedidos internos)

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas