"O Governo israelita deve tomar medidas rápidas para evitar a fome da população civil e cumprir as obrigações que lhe são impostas pelo direito internacional", afirmou Josep Borrell, em comunicado.
Borrell insistiu que "é urgente um cessar-fogo imediato", que a UE "reitera o seu apelo à libertação incondicional de todos os reféns" detidos pelo grupo islamita Hamas e garantiu que a união está "gravemente preocupada" com a situação o norte de Gaza.
"A UE insiste na urgência de um acesso pleno, rápido, seguro e sem entraves à ajuda humanitária em Gaza", sublinhou.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a operação aérea e terrestre israelita em grande escala conta o Hamas, desde o início de outubro, já matou centenas de civis, incluindo mulheres e crianças, destruiu abrigos da ONU e danificou severamente hospitais como o Al Awda, observou Borrell.
O chefe da diplomacia comunitária acrescentou que voltou a ser ordenada a evacuação dos restantes 400 mil residentes no norte de Gaza e que "muitos não têm para onde ir, após repetidas deslocações, não têm como sair ou temem que já não exista qualquer local seguro em Gaza".
Borrell disse ainda que, durante mais de duas semanas, as linhas de ajuda vitais para o norte de Gaza foram cortadas e que quase não chegou qualquer ajuda alimentar à região, que no sábado ficou também sem comunicações móveis.
Deu nota de que as agências da ONU como o PNUD, a UNRWA, a OMS, a UNICEF e o FNUAP "relatam uma situação humanitária terrível, com crianças a morrer a um ritmo alarmante e a ser-lhes negado o seu direito básico à proteção, alimentação, água e cuidados de saúde essenciais".
Lembrou ainda que o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que os hospitais estão a ficar sem combustível e sem material, e garantiu que se junta "ao seu apelo para proteger os cuidados de saúde".
Borrell deixou claro que as alegadas violações do direito internacional humanitário "devem ser investigadas minuciosamente e de forma independente" e que "a responsabilização deve ser garantida".
"Neste contexto, insistimos mais uma vez na importância da aplicação das ordens do Tribunal Internacional de Justiça, que são juridicamente vinculativas. Deve ser permitido o acesso aos investigadores mandatados pela ONU e aos jornalistas internacionais ", concluiu.
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