Israel envia líder da Mossad a conversações sobre cessar-fogo para Gaza

Israel enviará este fim de semana o líder dos serviços secretos, Mossad, David Barnea, a Doha para retomar as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação de reféns, segundo informação oficial.

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© Ashraf Amra/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
24/10/2024 18:20 ‧ há 5 semanas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O chefe da Mossad deverá deslocar-se a Doha este fim de semana", adiantou um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelita à agência EFE sobre as conversações, que estão suspensas há quase três meses face à escalada regional do conflito e às mortes do líder do movimento islamita Hamas, Ismail Haniyeh, e do seu sucessor, Yahya Sinouar.

 

Além de Barnea, as conversações incluirão o novo chefe dos serviços secretos egípcios, Hassan Mahmoud Rashad, possivelmente o responsável dos serviços secretos norte-americanos da CIA, William Burns, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, o interlocutor do grupo islamita palestiniano, uma vez que o Hamas não está diretamente envolvido.

Em conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, Al-Thani anunciou hoje, em Doha, terem sido retomados os contactos com o Hamas após a morte, há uma semana, do seu líder máximo, Yahya Sinouar.

"Houve trocas de impressões com representantes do gabinete político [do Hamas] em Doha (...) Ainda não é claro como vamos proceder" no futuro, acrescentou depois de uma reunião com Blinken.

O responsável tinha também referido que "uma equipa de negociadores norte-americanos virá a Doha juntamente com uma equipa de negociadores israelitas e discutirão a forma de fazer avançar estas negociações".

O responsável dos Estados Unidos tinha afirmado, por seu lado, esperar que os negociadores se reunissem nos próximos dias para tentar alcançar uma trégua em Gaza, apelando mais uma vez a Israel e ao Hamas para que cheguem a um acordo.

Desde uma breve trégua, há 11 meses, durante a qual foram libertadas dezenas de reféns detidos na Faixa de Gaza, as sucessivas rondas de negociações sobre Gaza não tiveram quaisquer resultados.

No entanto, o homicídio, por soldados israelitas, de Yahya Sinouar, tido como mentor do ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 contra Israel, reativou as esperanças de um reatamento das conversações, já que o líder do Hamas era considerado um obstáculo nas negociações conduzidas com a ajuda dos Estados Unidos, do Qatar e do Egito, segundo a agência France-Presse (AFP).

As últimas reuniões ocorreram em agosto, no Egito e no Qatar, com base num plano apresentado no final de maio pelo Presidente norte-americano, Joe Biden.

Depois de meses a defender este plano, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou hoje que os Estados Unidos estavam a considerar "diferentes opções" para acabar com a guerra.

"Estamos a considerar diferentes opções", afirmou.

"Ainda não determinámos se o Hamas está pronto para se comprometer, mas o próximo passo é reunir os negociadores (...). Nos próximos dias saberemos certamente mais", acrescentou.

Blinken anunciou também uma ajuda suplementar de 135 milhões de dólares aos palestinianos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.

Israel declarou a 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250.

A guerra, que hoje entrou no 384.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 42.847 mortos (quase 2% da população), entre os quais 17.000 menores, e 100.544 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Leia Também: Defesa Civil cessa atividades no norte da Faixa de Gaza

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