A história dos irmãos Menendez foi novamente catapultada para o espaço mediático, com direito a um documentário e até uma série dramática da Netflix, chamando a atenção para o caso dos irmãos que assassinaram os pais, em 1989.

A história do brutal assassinato continua ainda por esclarecer, havendo porém quem defenda que o caso deve ser reaberto e que os irmãos devem ser perdoados da pena de prisão perpétua.

O que aconteceu? E o que está a dar enfoque novamente a este caso? Vamos esclarecer.

O brutal assassinato

Na noite de 20 de agosto de 1989, a polícia foi chamada a uma mansão em Beverly Hills. Ali, encontrariam os corpos de José Menéndez e sua esposa, Kitty, no chão, atingidos por tiros de espingarda e irreconhecíveis. O caso chocou a comunidade local e adensou-se quando os filhos do casal Erik e Lyle Menendez se tornaram suspeitos do crime.

Erik e Lyle entraram na mira das investigações depois de começarem a ostentar uma vida luxuosa com a herança deixada pelo casal, comprando apartamentos, carros de luxo e outros artigos dispendiosos. A prova cabal, porém, veio com a confissão de Erik ao seu psicólogo, Jerome Oziel, que acabou por denunciá-lo às autoridades.

Os irmãos tinham 18 e 21 anos, respetivamente, e após um julgamento mediático, foram condenados, em 1996, a prisão perpétua.

Abusos ou herança? O que motivou o crime

Este é o tema que ganha atualmente destaque e que leva muitos, incluindo celebridades, a estar do lado dos irmãos e a defender que a sua pena deve ser revista.

Os dois irmãos alegam que foram, durante anos, vítimas de diversos tipos de abuso - emocionais, físicos e sexuais - por parte do pai e que a sua morte foi motivada por medo do ambiente familiar em que viviam.

Em tribunal ouviu-se que José Menéndez, um cubano que se mudou para os Estados Unidos, tinha uma personalidade muito difícil e todos à sua volta tinham medo dele.

Os abusos aos filhos só foram tornados públicos depois da sua morte, suscitando dúvidas sobre a veracidade dos mesmos. Assim, a teoria que prevaleceu no julgamento inicial foi o de que os irmãos cometeram o crime por causa da herança de família - embora a pena tenha sido menos pesada tendo em conta as alegações dos irmãos e os testemunhos de familiares.

A reviravolta, o mediatismo e a possível mudança de sentença

À altura do julgamento, as provas dos abusos sexuais foram ignoradas, porém novas provas que surgiram nos últimos anos, avivaram o processo.

Em causa está, por exemplo, uma carta escrita por um dos irmãos a um primo, quando tinha 14 anos, em que falava dos abusos do pai e revelava que só queria fugir. Já em 2023, um elemento da banda musical Menudo, que foi gerida por José, que era empresário da indústria musical, confessou ter sido abusado sexualmente pelo homem quando tinha 14 anos.

Em 2024, a história recriada pela Netflix na série 'Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais', fez com que o caso voltasse a ter mediatismo. A série protagonizada por Javier Bardem e Chloë Sevigny, que interpretam o casal assassinado, e Cooper Koch e Nicholas Alexander Chavez, como filhos do casal, fez com que o caso foi reavaliado pela opinião pública e pelos próprios promotores da Califórnia. A família pede que uma nova sentença seja emitida.

Assim, o caso, à luz de novas leis e novas evidências, deve ser reaberto, e renova-se a esperança dos irmãos Erik e Lyle de que um dia poderem deixar a prisão.

Leia Também: Procuradores recomendam alteração da sentença de irmãos Menendez