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Irlanda do Norte. Perpétua para predador online após morte de menina

Um predador sexual online de 26 anos foi hoje condenado a prisão perpétua pelo Tribunal de Belfast, na Irlanda do Norte, após o suicídio de uma das suas 70 vítimas, uma menina de 12 anos residente nos Estados Unidos.

Irlanda do Norte. Perpétua para predador online após morte de menina
Notícias ao Minuto

25/10/24 18:14 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Irlanda do Norte

Alexander McCartney, que admitiu os 185 crimes de abuso de menores que lhe eram imputados, é "a primeira pessoa no Reino Unido a ser condenada por homicídio residindo a vítima num país estrangeiro", declarou um responsável da polícia norte-irlandesa à comunicação social.

 

O estudante de informática fazia-se passar por uma adolescente para entabular amizade com jovens com idades entre dez e 16 anos em redes sociais como o Snapchat, antes de começar a chantageá-las.

McCartney começava por pedir às raparigas que lhe enviassem fotografias e depois começava a chantageá-las exigindo-lhes material sexual mais explícito.

Pensa-se que este poderá ser o maior caso de 'catfishing' de sempre no Reino Unido (crimes em que o criminoso se faz passar por outra pessoa para coagir as suas vítimas).

No caso da adolescente norte-americana Cimarron Thomas, de apenas 12 anos, da Virgínia Ocidental, a chantagem de McCartney levou-a a suicidar-se em maio de 2018 para não ter de ceder às exigências do agressor, de envolver a irmã mais nova em atos sexuais.

Apenas 18 meses após a sua morte, o pai da rapariga, Ben Thomas, um antigo veterano do Exército dos Estados Unidos, também se suicidou, incapaz de lidar com a tragédia.

Segundo se soube durante o julgamento, o arguido ameaçou outra criança de que enviaria pessoas a sua casa para "a violar" se ela não cumprisse as suas exigências. Em muitos casos, as suas exigências prendiam-se com a participação dos irmãos mais novos das vítimas.

McCartney, que se declarou culpado de homicídio involuntário em relação à morte de Cimarron, admitiu também 59 acusações de chantagem, dezenas de acusações relacionadas com a produção e distribuição de fotografias indecentes e crimes de aliciamento de menores para participação em atos sexuais.

A polícia classificou-o como um "pederasta cruel, temerário e perigoso" e disse que pode haver cerca de 3.500 vítimas do predador, que cometia os crimes a partir do seu quarto, por todo o mundo, em locais como a Austrália, a Nova Zelândia e os Estados Unidos.

O juiz John Ailbe O'Hara, do tribunal de Belfast, declarou hoje que é "difícil" pensar num "desviante sexual" que possa representar um perigo maior que McCartney.

"Tanto quanto sei, nunca houve um caso como este, em que um arguido tenha utilizado as redes sociais à escala industrial para infligir danos tão terríveis e catastróficos a meninas pequenas, entre os quais a morte de uma menina de 12 anos", afirmou.

O magistrado lamenta também que o agressor "não tenha sentido remorsos".

"Ignorou múltiplas oportunidades para parar. Ignorou múltiplos pedidos de clemência. Mentiu e mentiu e mentiu e mentiu e mentiu novamente", comentou.

A pena de prisão perpétua é acompanhada de uma pena mínima de 20 anos, depois de Alexander McCartney admitir ter chantageado, produzido e distribuído "imagens indecentes" e incitado crianças a praticar atos sexuais, a partir do quarto da sua casa de família em Newry, na Irlanda do Norte.

Leia Também: Médico inglês condenado a 22 anos após abusos a utentes. "Sem remorsos"

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