A venda dos mísseis, que terá ainda de ser validada pelo Congresso americano, inclui vários sistemas antiaéreos e 123 mísseis, de acordo com uma nota de imprensa da agência norte-americana responsável pela venda de equipamento militar para o estrangeiro, que faz parte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Além dos mísseis e sistemas antiaéreos, foi também anunciada na sexta-feira a venda de um sistemas de radar a Taiwan, por 828 milhões de dólares (766 milhões de euros), com o equipamento em questão a vir diretamente do 'stock' da Força Aérea americana.
Os Estados Unidos, apesar de não reconhecerem Taiwan como um Estado e considerarem a República Popular da China como único governo legítimo, asseguram uma ajuda militar significativa a Taipé.
Pequim opõe-se ao apoio americano a Taiwan e acusa Washington de querer intrometer-se em assuntos que são do interesse da China.
As divergências entre Pequim e Taipé remontam à longa guerra civil entre os combatentes comunistas liderados por Mao Zedong e as forças nacionalistas de Chiang Kai-shek.
Derrotados pelos comunistas, que fundaram a República Popular da China, os nacionalistas fugiram para Taiwan.
A China considera Taiwan como uma das suas províncias, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa em 1949.
O Governo chinês afirma-se favorável a uma reunificação pacífica, mas reitera que não exclui a possibilidade de "recorrer à força", se necessário.
As relações entre Pequim e Taipé têm-se deteriorado desde 2016, altura em que Tsai Ing-wen se tornou líder de Taiwan. William Lai, que era vice-presidente na administração de Tsai, e que posteriormente assumiu a liderança do país manteve a posição de defesa da soberania do território.
A China acusou ambos de procurarem aprofundar o fosso entre a ilha e o continente. Em resposta, Pequim intensificou a pressão diplomática e a atividade militar em torno do território.
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